Sebastião Nery
Em 1965, Carlos Lacerda, governador da Guanabara, foi ao Japão, à
Índia e ao Líbano, em visita oficial. No Líbano, esperando-o, os
deputados Jorge Curi (UDN do Paraná, depois cassado pelo golpe militar) e
padre Godinho (UDN de São Paulo, também cassado pelos militares).
À noite, foram levados a um cassino em Beirute, maravilhoso. Depois
do show, a roleta. Padre Godinho ficou de fora da banca, não por
virtude, porque sorte não é pecado, mas por medo da traição das fichas.
Lacerda e Jorge começaram a jogar. Jorge, também libanês, zangado com
as fichas conterrâneas, não acertava uma. Lacerda, naquele audacioso
rompante de sempre, pegou todas as fichas e arriscou numa parada só.
Deu. Recebeu, arriscou tudo de novo. Deu novamente. Reuniu tudo e fez a
terceira parada total. Acertou na cabeça. Jorge e o padre extasiados:
- Carlos, você fez três plenos. É dificílimo. Ganhou uma fortuna.
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