sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A MAIOR DAS EVIDÊNCIAS

Do julgamento, até agora, vai ficando claro que por ampla maioria os ministros do Supremo Tribunal Federal reconhecem a existência do mensalão. Só dois ficaram com a alegação de que tudo se resumiu à coleta de dinheiro para pagar despesas de campanha eleitoral. Em situação difícil ficam o ex-presidente Lula, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, os réus e seus advogados. Houve mesmo compra de votos parlamentares com dinheiro público. O ex-presidente Lula afirmou nada saber da operação, dizendo-se até traído pelos maus companheiros, isso antes de adotar a sugestão de seu então ministro da Justiça, de enfiar tudo debaixo do tapete do caixa dois.
Já o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, deixou escapar num de seus desabafos que nada do que se passava no palácio do Planalto era desconhecido do presidente.
À medida em que o processo se desenvolve, mais apertado fica o colarinho de todos. Não seria melhor que reconhecessem a verdade, de uma vez por todas?

terça-feira, 28 de agosto de 2012

ENTENDA O QUE "ROLA" NOS BASTIDORES DO JULGAMENTO DO MENSALÃO ...


UM DOS JUIZES MAIS CORRUPTOS DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO.

Esse idiota veio de São Bernardo do Campo.
O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ricardo Lewandowski,
é o juíz mais pilantra e corrupto do judiciário brasileiro.
Mandou interromper uma investigação onde Juízes são acusados de
receber R$700.000,00 de auxílio moradia.
( Ah! Quase esquecia, ele também recebeu...).
Atualmente está tentando adiar o processo do mensalão, até que os
crimes prescrevam.
Ajude a combater a corrupção no Brasil, divulgue!

Um fato anterior relevante :
o filho do Lula comprou uma casa da mãe desse então Desembargador; e
logo em seguida ele foi indicado para o STF, pelo então Presidente
Lula.
Vejam só que coincidência... Leiam abaixo: Em 2003, aos 29 anos,
Sandro Lula da Silva vendeu 50% da empresa que tinha fundado 5 meses
antes, com R$ 100 mil e por R$ 5 milhões e adquiriu uma mansão
localizada no "Swiss Park", ao lado da fábrica da Volkswagen do
Brasil, em São Bernardo do Campo.

De uma antiga chácara sobrou no centro do condomínio um imenso castelo
estilo europeu onde ainda mora a matriarca, Dona Karolina Zofia
Lewandowski,
conhecida como Dona Carla, amiga de dona Marisa e de Lula e mãe do
novo Ministro do STF, Enrique Ricardo Lewandowski.
A mansão de Lulinha é a de número 737.
O fato pode ser confirmado pela Ativo Imoveis, (14) 3531-6969.


Cármen condena João Paulo por todas as acusações

Cármen condena João Paulo por todas as acusações 

4X2 contra ex-presidente da Câmara; "Houve dissimulação. Sabia-se que havia dádiva indevida", afirmou ministra Cármen Lúcia sobre acusação de corrupção passiva; em seguida, o condenou por lavagem de dinheiro e peculato, duas vezes; igualmente condenou Marcos Valério


 A ministra Cármem Lúcia disse que saque de R$ 50 mil em agência do Banco Rural por mulher de ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, configurou corrupção passiva. "Houve dissimulação", disse ela, lembrando que na véspera do saque houve reunião, na residência oficial da Presidência da Câmara, reunião entre João Paulo e publicitário Marcos Valério. Em seguida, também o condenou por lavagem de dinheiro.
Na sequência de seu voto, a ministra condenou João Paulo Cunha também por peculato, considerando irregulares os contratos com o jornalista Luís Costa Pinto e a SMP&B. Também condenou Marcos Valério e seus sócios, além de Henrique Pizzolato, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. "Acusação de peculato por bônus de volume é procedente também", acrescentou, dizendo que serviços para os quais foram pagos bônus de volume não foram efetivamente prestados.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lewandowski deveria aplicar em João Paulo Cunha o mesmo rigor do caso do pescador de camarões.

Carlos Newton
Circula na internet um texto muito interessante, que nos foi enviado pelo advogado Celso Serra, em que se faz uma comparação sobre dois processos em que atuou o ministro Ricardo Lewandowski. Um deles, o habeas corpus de um pescador; o outro, o processo do deputado João Paulo Cunha.
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O PESCADOR E O DEPUTADO
Brasileiros e brasileiras alfabetizados, o jornal O Estado de S. Paulo publicou editorial no dia 25/agosto/2012, no qual revela que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou um pedido de habeas corpus impetrado por um pescador de Santa Catarina, condenado a um ano e dois meses de detenção por ter pescado 12 camarões, por violação da lei.
Relator do caso, o ministro Ricardo Lewandowski foi mais rigoroso com o pescador do que com o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), notório réu no processo do mensalão.
Lewandowski negou o habeas corpus pedido pelo pescador, alegando que a rede por ele usada tinha “malha finíssima”. Assim, o pescador deveria continuar preso.
Ora, 12 camarões no máximo pesariam 1/2 quilo; no máximo valeriam R$ 10,00 (dez reais). A grana flagrada sendo embolsada por João Paulo Cunha no Valerioduto foi de R$ 50 mil, em apenas uma mensalidade.
E o impoluto ministro absolveu João Paulo Cunha sob a esfarrapada alegação que todos conhecem…
A Justiça, no caso do pescador atacado por Lewandowski, foi salva, pois os demais integrantes da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso e Gilmar Mendes, aplicaram ao caso o princípio da insignificância.
“É evidente a desproporcionalidade da pena aplicada, pois a causa é de crime famélico. É preciso encontrar outros meios de reprimir condutas como a dos autos, em que não parece razoável que se imponha esse tipo de sanção (a pena privativa de liberdade)”, afirmou Gilmar Mendes.
Resumo da ópera bufa: para Lewandowski, quem pescar 12 camarões (equivalente a R$ 10,00) para comer deve ir para a prisão e lá permanecer; o político que embolsar R$ 50.000,00 de origem ilícita deve ser absolvido e permanecer no cargo de deputado federal e também, se for eleito prefeito, deve assumir e “cuidar” dos cofres municipais.
Se for filiado ao PT, é claro…, pois Paulo Maluf não teve nada a ver com essas decisões.

domingo, 26 de agosto de 2012

Prestando contas ao futuro

Carlos Chagas
Não se discute o direito que teve, tem e terá o ministro Ricardo Lewandowski de absolver mensaleiros. O problema, para ele, é que as imagens ficaram gravadas, em especial aquela em que anunciou que Marcos Valério não era culpado. As câmeras da TV Senado flagraram em close e em detalhes a expressão do ministro, da qual não se livrará mais, apesar de sua robusta argumentação. Porque Marcos Valério, está no ar que a gente respira, é bandido mesmo. Quem sente assim é o Brasil inteiro, tendo em vista acusações e episódios da vida do publicitário. E para a confirmação, basta aguardar a decisão final do Supremo Tribunal Federal, ainda que sempre se torne um risco avançar antecipadamente impressões como esta.

Lewandowski remou contra a maré e prestará contas ao futuro. Absolveu João Paulo Cunha, Marcos Valério e dois penduricalhos. Fica difícil, mesmo possível, supor que vá se pronunciar pela inexistência do mensalão. Na véspera havia condenado Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil.
Poderá também pronunciar-se em favor de José Genoíno, Delúbio Soares, José Dirceu, Waldemar Costa Neto e outros. Mas não negará ter-se posicionado contra a tendência amplamente majoritária da opinião pública, que mesmo correndo o risco de errar, a imprensa tem o dever de interpretar, acima e além dos trâmites processuais.
Há que registrar um fator positivo, depois dos explosivos minutos finais da sessão de quinta-feira, quando o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski desafiaram-se como dois praticantes de luta-livre se encontram no ringue. Levados pelo presidente Ayres Britto para uma sala contígua ao plenário, aceitaram que a réplica e a tréplica previstas para segunda-feira venham a ser enxutas e respeitosas. Será preciso ver para crer, mas foi um bom sinal verificar que baixaram a bola.
No fundo, prevalece o vaticínio do advogado Márcio Thomas Bastos, de que o julgamento talvez não se estenda até o Natal, mas chegará perto…
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É BOM AGUARDAR
Até agora a imprensa registrou nominalmente dezoito aspirantes às vagas de ministro do Supremo Tribunal Federal que se abrirão até o fim do ano. Uma briga de foice em quarto escuro, ou melhor, no gabinete muito bem iluminado do ministro da Justiça.
Dilma Rousseff não gostou nem um pouco de estar sendo atropelada em sua prerrogativa exclusiva de indicar o candidato ao Senado. Mandou o ministro encerrar as sondagens, se é que havia começado. Para quem se arrisca dizer que conhece a presidente da República, prevalece uma suposição: não indicará nenhum dos dezoito já referidos.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Verdadeiro Legado do Patife!

 
Eis uma amostra da imagem brasileira no exterior, proporcionada pelo "doutor horroriz causa".  E temos no seio da sociedade quem ainda pense que o canalha é "o cara"!
guardian mensalão (Foto: Reprodução)
O diário britânico 'The Guardian', em reportagem que cita 'julgamento do século' sobre corrupção no Brasil, destaca foto do ex-ministro José Dirceu, um dos 38 réus (Foto: Reprodução)
 
mensalão chicago tribune (Foto: Reprodução)
O americano 'Chicago Tribune' destaca o julgamento que pode comprometer o legado do ex-presidente Lula  (Foto: Reprodução)
BBC destacou início do julgamento em sua página principal (Foto: Reprodução)BBC destacou início do julgamento em sua página principal (Foto: Reprodução)
A emissora norte-americana "CBS" aponta que o julgamento, que tem como acusados membros do partido no poder, é um sinal positivo em um país onde o serviço público sempre foi marcado por corrupção e uma certa impunidade.
Rede CBS aponta que o juhamento é um sinal positivo para o Brasil (Foto: Reprodução)Rede CBS aponta que o juhamento é um sinal positivo para o Brasil (Foto: Reprodução)
 
A rede norte-americana "Bloomberg" abre sua reportagem sobre o julgamento questionando se uma das figuras políticas mais poderosas do Brasil pode acabar presa, referindo-se a José Dirceu.
A rede norte-americana Bloomberg abre sua reportagem falando de José Dirceu (Foto: Reprodução)
A rede norte-americana Bloomberg abre sua reportagem falando de José Dirceu (Foto: Reprodução)
 
O argentino ‘La Nación’ chamou o caso de ‘julgamento do século’ e ressalta o fato de o mensalão ter ocorrido no primeiro mandato do ex-presidente Lula. O texto também aponta que o mensalão foi “um gigantesco esquema de compra de apoio político com fundos públicos, que envolveu vários altos funcionários do Partido dos Trabalhadores (PT) e afetou o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
O argentino ‘La Nación’ chamou o caso de ‘julgamento do século’ e ressalta o fato de o mensalão ter ocorrido no primeiro mandato do ex-presidente Lula (Foto: Reprodução)
O argentino ‘La Nación’ chamou o caso de ‘julgamento do século’ e ressalta o fato de o mensalão ter ocorrido no primeiro mandato do ex-presidente Lula (Foto: Reprodução)
 
O jornal ‘La Nación’ do Paraguai apresenta uma foto de Lula na reportagem e destaca que entre os réus estão ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros. O jornal também aponta que Lula não figura entre os acusados, conseguiu ser reeleito mesmo após o escândalo e sempre negou ter conhecimento do esquema.
O jornal ‘La Nación’ do Paraguay apresenta uma foto de Lula na reportagem e destaca que entre os réus estão ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros (Foto: Reprodução)
O jornal ‘La Nación’ do Paraguai apresenta uma foto de Lula na reportagem e destaca que entre os réus estão ex-ministros, ex-deputados, empresários e banqueiros (Foto: Reprodução)
 
O espanhol ‘ABC’ deu destaque para uma foto de Lula e diz que o mensalão é o maior escândalo da história brasileira, sem precedentes. A publicação também aponta que o julgamento deve durar um mês e que José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, está entre os acusados.
O espanhol ‘ABC’ deu destaque para uma foto de Lula e diz que o mensalão é o maior escândalo da história brasileira (Foto: Reprodução)
O espanhol ‘ABC’ deu destaque para uma foto de Lula e diz que o mensalão é o maior escândalo da história brasileira (Foto: Reprodução)
 
A agência italiana ‘Ansa’ destaca que o mensalão ocorreu na era Lula e que consistia no pagamento mensal de dinheiro para alguns deputados da oposição para que eles aprovassem projetos. O jornal também destaca que José Dirceu é um dos acusados.
A agência italiana ‘Ansa’ destaca que o mensalão ocorreu na era Lula (Foto: Reprodução)
A agência italiana ‘Ansa’ destaca que o mensalão ocorreu na era Lula
 
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domingo, 19 de agosto de 2012

Placar Folha traz cinco votos pró-condenação

Placar Folha traz cinco votos pró-condenação 

Reportagem da jornalista Mônica Bergamo, na edição deste domingo, sugere que cinco ministros estão "mais inclinados à condenação" na Ação Penal 470, de acordo com a opinião de seus colegas do STF; ao menos dois votariam pela absolvição e quatro estariam na "zona cinzenta"



Os ministros do Supremo Tribunal Federal não falam sobre seus próprios votos da Ação Penal 470, o "mensalão", mas opinam sobre o posicionamento de seus colegas quanto à condenação ou absolvição dos agora 37 réus - Carlos Alberto Quaglia não será mais julgado pela corte. E num cálculo feito com base na opinião dos ministros, o placar está apertado para os acusados.
Na edição deste domingo - que chega em São Paulo no fim da tarde de sábado -, a Folha de S.Paulo traz uma reportagem da jornalista Mônica Bergamo que aponta cinco ministros mais propensos a votar pela condenação do núcleo político envolvido no processo. Ao menos dois, segundo o jornal, seriam a favor da absolvição de ao menos alguns acusados e quatro ainda estariam numa "zona cinzenta", ou seja, fica difícil opinar, já que mantêm discrição.
Os cinco "mais inclinados à condenação" seriam o presidente da corte, Carlos Ayres Britto, o relator do processo, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Marco Aurélio Mello. Dos "mais inclinados à absolvição", o ministro que foi alvo de polêmica por votar num caso em que mantinha relações com os réus – já trabalhou com José Dirceu e advogou para Lula em 2006 –, Dias Toffoli, e o relator Ricardo Lewandowski. Os restantes – Cármen Lúcia, Celso de Mello, Luiz Fux e Rosa Weber – seriam os nomes mais difíceis de sacar para que lado devem se inclinar.
Dos 11 ministros, a Folha ouviu nove, e nenhum revelou o próprio voto. Mas quando opinam sobre seus colegas, é quase unanimidade que Joaquim Barbosa deve condenar os principais réus. Primeiro a começar a votar, Barbosa já pediu a condenação ao deputado João Paulo Cunha, ao publicitário Marcos Valério e a seus sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz.

sábado, 18 de agosto de 2012

Nasa define os primeiros passos e alvo do Curiosity em Marte

Os cientistas vão disparar cerca de 30 jatos de laser na rocha N165, a cerca de 2 metros do robô, em busca de hidrogênio na superfície do planeta. Depois, ele vai se movimentar por aproximadamente 400 metros


A bolinha azul representa o local em que se encontra o Curiosity. A vermelha, até onde ele vai se locomover (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS/LANL)
Cientistas da agência espacial americana (Nasa) definiram o primeiro destino do jipe-robô Curiosity na excursão que fará em Marte em busca novas informações sobre o planeta. Além disso, escolheram o primeiro mineral que o explorador vai analisar na superfície. Os dados foram divulgados em uma teleconferência nesta sexta-feira (17).
Como primeiro passo, os cientistas ligaram o instrumento Dynamic Albedo of Neutrons (DAN), um  gerador de nêutros que o Curiosity carrega em uma de suas laterais. Fornecido pela agência espacial russa ao projeto, o DAN é capaz de detectar hidrogênio. A presença de hidrogênio pode significar que há água em forma de gelo ou no subsolo, aumentando a chance de vida no planeta vermelho.
O diretor científico do Curiosity, John Grotzinger, informou que todos os instrumentos do robô continuam em bom estado. "As coisas estão indo bem. Todos os instrumentos que estamos testando estão funcionando e estamos orgulhosos de anunciar que o DAN foi ligado hoje e operou com sucesso", disse ele.
O primeiro destino do robô é um lugar chamado Glenelg, uma interseção de três tipos de terrenos que causou especial interesse nos cientistas. Eles acham que o local, situado a cerca de 400 metros a leste do robô, pode se tratar de uma plataforma de rocha adequada para a primeira perfuração.
Foi definida também a primeira rocha que o laser do Curiosity vai examinar nos próximos dias. Batizada de N165, a pedra está situada a pouco mais de dois metros do robô.
A rocha N165, a primeira a ser explorada pelo robô (Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS/LANL)
Um instrumento chamado ChemCam vai disparar cerca de 30 jatos de laser durante dez segundos para aquecer a rocha, até que suas moléculas se transformem em uma bola de fogo. Assim, outros instrumentos do Curiosity vão conseguir analisar os átomos que compõem o mineral.
"Nossa equipe esperou oito longos anos por este momento" disse Roger Wiens, o pesquisador principal da ChemCam. O cientista afirmou ainda que espera poder compartilhar no início da próxima semana os resultados dos primeiros disparos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Circula na internet um bem-humorado pedido de equiparação dos descendentes de alemães, que querem ser tratados como negros ou gays


Em resposta à concessão de direitos especiais para afrodescendentes e homossexuais pelo Supremo Tribunal Federal, circula na internet uma bem-humorada mensagem à presidente Dilma Rousseff em que os descendentes de alemães se dizem vítimas de discriminação e pedem igualdade de direitos aos negros e aos gays.
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MINORIA SEGREGADA
Como minoria segregada no Brasil, nós, descendentes de alemães, solicitamos providências do governo federal para sermos igualados aos negros, perdão, afrodescendentes, no que tange aos direitos dos cidadãos. Para tanto, pacificamente reivindicamos seja aprovada Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que contemple os seguintes pontos:
01 – Fica estabelecida a cota de 5% para alemães e seus descendentes nas universidades públicas brasileiras;
02 – Fica proibido chamar descendentes de alemães, ucranianos, holandeses e outros europeus de polaco, galego, branquela, etc e tal;
03 – Fica proibido chamar um indivíduo de “alemão”, pois o termo é pejorativo e denigre a imagem deste como ser humano;
04 – Fica estabelecido que os descendentes de alemães devem sem chamados de “germanodescendentes”;
05- Chamar alemão de alemão passa a ser considerado crime de racismo – inafiançável – a despeito do fato de a raça humana ser uma só;
06 – Fica proibido o uso de expressões de cunho pejorativo associadas aos descendentes de alemães. Ex: “Coisa de alemão!”, “Alemão porco….”, “Só podia ser alemão”, ” alemão batata” , ” comedor de chucrute”, “porco chauvinista”, “português que sabe matemática” etc;
07 – Fica estabelecido o dia 25 de julho como “Dia Nacional da Consciência Germânica”, feriado nacional;
08 – Fica estabelecido o dia 25 de novembro como “Dia Nacional do Orgulho Alemão”, com feriado nacional, mesmo que não se possa chamar alemão de alemão;
09 – Fica criada a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã, subordinada à Secretaria Especial de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial;
10 – Fica estabelecido o prazo de 2 anos para a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã virar Ministério dos Alemães, juntando-se aos outros 38 ministérios brasileiros já existentes, mesmo que não se possa chamar alemão de alemão;
11 – Passa a ser crime de “germanofobia” qualquer agressão deliberada contra um descendente de alemães, mesmo que não possa chamar alemão de alemão;
12 – Em caso de um negão chamar um alemão de alemão, este adquire o direito de chamar o negão de negão sem aplicação das sanções já previstas em lei;
13 – Ficam estabelecidos como Centros Nacionais da Cultura Alemã o bairro Buraco do Raio em Ivoti/RS, a zona central de Blumenau/SC e o bairro “ Drei Parrulho” em Santa Cruz do Sul.
Blumenau, 18 de maio de 2012.
PS: Caso italianos, portugueses, espanhois, siriolibaneses, japoneses, bolivianos, paraguaios, poloneses e tantos outros também se unirem em projetos similares, haverá dificuldades para aqueles que fazem questão de ser apenas brasileiros conseguir vagas em universidades e direitos especiais.

domingo, 12 de agosto de 2012

Mensalão: ministros já debatem tamanho das penas

Juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e advogados dos réus discutem nos bastidores da Corte sobre atenuantes em caso de condenações

Laryssa Borges
Julgamento do mensalão no STF, em 09/08/2012
Julgamento do mensalão no STF (Carlos Humberto/SCO/STF)
“Estou a aguardar, se houver condenação neste caso, a oportunidade de fixação da pena, quando deverão ser consideradas as circunstâncias judiciais, e é sabido que elas têm conotação subjetiva muito grande”
Os votos dos ministros no julgamento do mensalão ainda são desconhecidos, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) já volta suas atenções para as dificuldades na definição de futuras penas a serem impostas aos mensaleiros. O tema ocupa conversas reservadas dos magistrados e debates entre os advogados dos réus que protagonizaram o maior escândalo do corrupção do país.
“Estou a aguardar, se houver condenação neste caso, a oportunidade de fixação da pena, quando deverão ser consideradas as circunstâncias judiciais, e é sabido que elas têm conotação subjetiva muito grande”, alertou o ministro Marco Aurélio Mello já no primeiro dia do julgamento do mensalão. Ele avalia que o Supremo terá de reservar sessões exclusivas só para a análise das penas e para tentar unificar os entendimentos sobre o tamanho da sanção a ser imposta a cada réu. Bons antecedentes, por exemplo, não devem ser suficientes para livrar os denunciados de condenação, mas podem abrir espaço para penas menores e, com isso, confirmar a prescrição de alguns crimes.
Responsável pela mais árdua defesa entre os mensaleiros, o advogado Marcelo Leonardo, por exemplo, tenta descontruir as sucessivas imputações contra Marcos Valério de Souza, acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Aos ministros, fez o apelo para que, em caso de condenação, os magistrados levem em conta o passado do ex-publicitário e estabeleçam penas menores.
"Se, por absurdo, essa Corte entender que é caso de condenação, solicito a admissão da pena base porque é preciso reconhecer quem era a pessoa do Marcos Valério". Por ora, foi o único a fazer simulação pública sobre o tamanho da provável pena.
Leia mais: entenda o escândalo do mensalão
Provas - Antes na eventual análise da vida pregressa dos réus, a Corte terá de se debruçar sobre a legalidade das provas obtidas pela acusação. Os 11 ministros discutirão se são válidas ou não para a condenação provas colhidas pela Polícia Federal, pela CPI dos Correios e até pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Esses dados embasaram o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a oferecer denúncia contra 40 pessoas que ele classificou como “sofisticada organização criminosa". O chefe da quadrilha, segundo a denúncia, era o ex-ministro José Dirceu.

No entanto, os mesmos documentos que serviram como indício de crime são agora utilizados pelas defesas para afirmar que, sem o direito ao contraditório, não poderiam fundamentar decisivamente uma eventual condenação. Os advogados reclamam de cerceamento de defesa.

“Os ministros terão de rever a discussão sobre a validade das provas, assim como rediscutiu a possibilidade de desmembramento da ação penal”, diz o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que defende o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado. “Acredito que mais de 90% das provas usadas pelo procurador-geral têm origem fora dos autos e não têm contraditório”, arrisca o advogado Luiz Francisco Barbosa, defensor do deputado cassado Roberto Jefferson.

CPI - Em agosto de 2007 o plenário da Suprema Corte já havia considerado válidas provas obtidas fora dos autos do mensalão. “A CPI é um órgão com o mesmo poder do Judiciário”, afirmou na época o relator Joaquim Barbosa. A atual grita dos advogados contra evidências colhidas pela comissão parlamentar leva em consideração o fato de a obrigatoriedade do contraditório para uma eventual condenação estar prevista no Código de Processo Penal, reformado em 2008. Entre os indícios que fazem parte da acusação, mas que não estariam sob o crivo do contraditório, estão relatórios do Banco Central e dados sobre os empréstimos bancários de Marcos Valério.

Internamente, pelo menos dois ministros que votaram contra a validade das provas em 2007 admitem confirmar a legalidade delas agora. Com isso, a tendência é que prevaleça a interpretação de que uma CPI, por exemplo, tem poder judicial e que as conclusões decorrentes dos trabalhos dos parlamentares garantem o contraditório ao ouvir, ao longo do processo, réus e testemunhas.

Ainda que improvável, uma eventual anulação dessas provas poderia fragilizar, por exemplo, as acusações de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta imputadas ao grupo de Valério e aos executivos do Banco Rural. De acordo com a acusação feita por Roberto Gurgel, empréstimos forjados entre o publicitário mineiro e o Rural abasteceram o esquema de corrupção de parlamentares no Congresso Nacional.

Ato de ofício – Há também o debate sobre a necessidade ou não de se exigir a comprovação de que os mensaleiros efetivamente venderam seus votos em temas considerados prioritários para o governo. As defesas são unânimes em afirmar que sem o chamado ato de ofício, ou seja, sem a confirmação de que o corrupto cumpriu sua tarefa, não se configuraria o crime.

“As acusações de corrupção e tratamento privilegiado na Câmara às empresas de Valério são fruto de criação mental do acusador e não há prova de nenhum ato de ofício”, afirma o advogado Marcelo Leonardo.
Em conversas reservadas, os ministros, no entanto, colocam em dúvida a exigência do ato de ofício para caracterizar a conduta delituosa.

Prova testemunhal – As provas testemunhais, extensamente exploradas por defesa e acusação nos cerca de 400 depoimentos colhidos na ação penal do mensalão, também poderão definir o peso ou a fragilidade de uma denúncia específica no processo e, consequentemente, amenizar ou potencializar a pena. Em geral, a palavra de testemunhas tem o mesmo peso de provas documentais, mas pode ser relativizada se o testemunho tiver sido motivado por ressentimento ou desafeto.

A rivalidade entre Roberto Jefferson e José Dirceu, por exemplo, foi explorada pela defesa do ex-ministro como forma de desqualificar a denúncia. O mesmo foi feito pelos defensores do Banco Rural, que atacaram as informações fornecidas por Carlos Godinho, ex-funcionário do Rural que, supostamente por ressentimento, atacou a cúpula da instituição financeira.

“No processo penal, todas as provas têm o mesmo valor, sejam elas testemunhais, documentais ou periciais. Cabe ao julgador formar sua convicção com base na análise geral das provas”, afirma o professor de Processo Penal da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Carlos Kauffmann.

Os advogados evitam fazer projeções sobre quanto tempo o STF terá de se reservar para debater, ponto a ponto, os anos de cadeia, as multas ou os serviços à comunidade para cada condenado. Para o procurador-geral, a etapa da dosimetria da pena exigirá “um tempo considerável” de análise da Corte. Ao final, ele espera que 36 dos 38 réus sejam presos imediatamente, mesmo que ainda caiba recurso para esclarecer eventuais pontos omissos das sentenças.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Primeiras lições do julgamento

Para quem abriu espaço na agenda para  o julgamento do mensalão, assistir ao confronto entre a acusação e a defesa tem sido uma oportunidade única de exercício democrático.
O Brasil passou os últimos 7 anos ouvindo versões variadas do depoimento de Roberto Jefferson. Alvejado pelo único depoimento claro de malfeitorias no governo, resumido naquele vídeo-confissão de um protegido que nomeou para os Correios, Jefferson foi transformado numa espécie de herói conveniente para o jogo político da oposição, que pretendia atacar o governo Lula, José Dirceu em particular e o PT em geral. Pela repetição em milhares de depoimentos, entrevistas, editorais, reprises, idas, voltas, e assim por diante, Jefferson só não virou herói porque assim também não dá – mas esteve perto, vamos combinar.
A questão é que pela primeira vez a  espessa camada geológica que protegia a verdade publicada sobre o mensalão  tem sido submetida publicamente ao contraditório,  ao conflito de opiniões, ao questionamento de provas parciais.  O resultado é que o mensalão pode até ter sido o ”maior escândalo da história” mas cabe perguntar: de qual história? Por que? Da Justiça? Da política? Da imprensa? Do Ministério Público? O tempo vai dizer.
Quem assistiu às cinco horas de acusação de Roberto Gurgel, na semana passada, assistiu a uma demonstração de competência. Walter Maierovich disse, na CBN, que a denúncia de Gurgel é comparável a um cruzado de direita, aquele golpe de uma luta de boxe capaz de nocautear o adversário. Isso porque o procurador geral lançou a jurisprudência do domínio do fato, muito aceita em julgamentos que envolve o crime organizado e seu chefe – aquele que comanda uma rede de malfeitorias sem deixar rastros, nem enviar e-mails, sem falar ao telefone nem assinar recibo. Aceita em vários julgamentos  a noção de domínio do fato, não pode, é claro, ser uma simples declaração de intenções, uma construção teórica sem apoio em fatos, à  moda do Senado  Paraguaio, que afastou o presidente Fernando Lugo porque “todo mundo sabia” que ele era culpado daquilo que cinco deputados de oposição diziam que tinham feito sem se dar ao trabalho de juntar provas nem testemunhos críveis.
A questão é evitar  o Paraguai jurídico, evidentemente. E aí a segunda feira foi fundamental.  Permitiu, pela primeira vez, que as acusações conhecidas dos brasileiros desde a célebre entrevista de Jefferson durante longo sete anos – há algo de bíblico nesse prazo? – fossem passadas pelo outro lado, pelo crivo da contestação, pela versão dos acusados. E aí é preciso reconhecer que nem tudo ficou de pé.
O advogado de José Dirceu mostrou que não há uma única testemunha de que o então ministro da Casa Civil estivesse articulando a compra de votos. Admitiu o óbvio, que Dirceu tinha uma imensa influência política em tudo o que ocorria no Planalto. Mas citou testemunhas e testemunhas que afirmavam o contrário do que disse Gurgel.
O advogado de Delúbio Soares mostrou uma realidade difícil de ser desmentida, a de que a verdade dos acordo políticos, os pactos entre partidos, é anterior ao acordo financeiro. É um argumento bom para se negar a noção de quadrilha, de bandidagem, que desde o início se coloca no debate. A defesa de Delúbio citou uma jornalista insuspeita de qualquer simpatia pelo governo Lula, para sustentar a tese de que todos os gastos e despesas se destinam, na origem, a cobrir despesas de campanha. Admitiu-se, portanto, crime de natureza eleitoral – e não corrupção.
O advogado de José Genoíno mostrou que é difícil sustentar que seu cliente tenha tido uma atuação além da articulação política. Mostrou que Genoíno assinou os pedidos de empréstimo do PT ao Banco Rural – e lembrou que este episódio, o único contra Genoíno, foi considerado inteiramente legal pela perícia, na época, destinando-se a cumprir uma necessidade real do partido, em situação de penúria após a vitória de 2002. A defesa também lembrou a condição pessoal de Genoíno, sujeito com vida de cidadão honrado, que até hoje reside no mesmo endereço na Previdência onde criou os filhos como professor e depois como deputado em não sei quantos mandatos. Fica difícil falar em corrupção sem sinais de benefício pessoal – motivação que é a causa inicial de malfeitorias de qualquer espécie
Numa intervenção que superou muitas previsões, a defesa de Marcos Valério conseguiu questionar, tecnicamente, alguns  testemunhos e alegações contra seu cliente. Apoiado no depoimento de vários publicitários de grande reputação no mercado, demonstrou que uma alegação de irregularidade contra as agências de Marcos Valério, envolvendo uma remuneração conhecida como bonificação por volume simplesmente não tem sustentação técnica. A defesa ainda citou vários exemplos de depoimentos — usados pela acusação – que os mesmos autores desmentiram na Justiça.
Não é preciso usar da pressa paraguaia e concluir que nada se sustenta na denúncia de Roberto Gurgel. É necessários esperar novos questionamentos daqui por diante. Grandes leões do júri ainda não se pronunciaram. Acho impossível não surgir nenhuma novidade na fala de um Márcio Thomaz Bastos, de um José Carlos Dias. Teremos, ainda, os votos dos onze ministros e é claro que muitos deles têm o que dizer. O relator Joaquim Barbosa ainda não leu seu voto. Nem o revisor Ricardo Lewandovski.
O debate está apenas começando. Dificilmente será resolvido por nocaute.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Gurgel pede ao Supremo "prisões imediatas"

Gurgel pede ao Supremo Foto: Edição/247

Procurador-geral pede condenação de 36 réus da AP 470; acusação durou 5 horas; "penas devem ser proporcionais à importância dos cargos ocupados"; Dirceu, Genoíno, Delúbio e Valério formaram "quadrilha"; testemunhos são "inteiramente válidos"; "Dirceu estava em todas"; "Delúbio não hesitou em locupletar-se"; "Apoio do PTB custou R$ 20 milhões"; Luiz Gushiken e Antônio Lamas escaparam

03 de Agosto de 2012 às 14:34
247 - Emocionado, depois de sustentar por cinco horas a acusação contra 36 dos 38 réus da Ação Penal 470, o procurador-geral da República pediu "prisões imediatas" após o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do processo em curso. "Nunca um delito foi tão comprovado", disse Gurgel. "É o crime mais atrevido já flagrado no País", afirmou. Ele requereu penas proporcionais à importância dos cargos públicos que eram ocupados pelos acusados na ocasião dos fatos julgados - e reclamou dos ataques recebidos durante a execução de seu trabalho, sem citar nomes. "Mas nós do Ministério Público não nos deixamos intimidar, ressalvou.
O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu foi o principal acusado. "José Dirceu foi o grande protagonista da quadrilha", disse o procurador. "Ele estava em todas". O ex-presidente do PT, José Genoíno, o ex-tesoureiro Delúbio Soares, e o publicitário Marcos Valério, citado 197 vezes pelo procurador, segundo apuração de seu advogado, foram outros fortemente acusados de crimes como corrupção ativa e passiva, desvio de recursos públicos, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O ex-ministro Luiz Gushiken, que está entre os 38 réus, teve sua absolvição solicitada por Roberto Gurgel, assim como a de Antônio Lamas. Para os demais 36, Gurgel pediu um julgamento rigoroso, com penas que, a julgar pelo seu discurso, podem ser altas, em caso de condenação. O procurador ocupou praticamente todo o seu tempo de 5 horas para a acusação, com apenas uma interrupção de 30 minutos.
Na segunda-feira 6, a partir das 14h00, o Supremo retoma o julgamento, dando a palavra aos advogados de defesa, por uma hora cada um. Questão de ordem pela duplicação do tempo foi indeferida.
Abaixo, noticiário sobre a sustentação de Roberto Gurgel publicado por 247 ao longo do discurso:
247 - Na segunda parte de sua sustentação, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, passou a detalhar a maneira como os parlamentares da base governista recebiam dinheiro do esquema do chamado mensalão. O pivô dos repasses era a agência SMP&B, de Marcos Valério, por meio de sua auxiliar Simone Vasconcelos. Ele afirmou que o presidente do PT, entre 2003 e 2004, recebeu, de três maneiras diferentes, R$ 4,5 milhões. "O acordo para o apoio do PTB, feito entre Roberto Jefferson e José Genoínio, foi de R$ 20 milhões", afirmou o procurador. "O pagamento foi ajustado com José Dirceu", avançou. "Apesar de seus intensos esforços, Roberto Jefferson não conseguiu receber os R$ 16 milhões restantes", disse o procurador. Ele disse que o ex-deputado Bispo Rodrigues levou R$ 300 mil do esquema. O ex-deputado e ex-ministro dos Transportes, segundo o procurador, recebeu R$ 900 mil. "Está tudo documentado nos autos", afirmou.
JOÃO PAULO, PRESIDENTE DA CÂMARA - "Como presidente da Câmara, João Paulo Cunha recebeu R$ 50 mil para atuar em ajuda à empresa SMP&B, de Marcos Valério", acrescentou. João Paulo contratou a DNA Propaganda, de Marcos Valério, para fazer sua campanha a presidente da Câmara. Uma vez eleito, ele abriu licitação para ter uma agência de publicidade. "Quem ganhou foi a SMP&B, que também era de Marcos Valério", recordou. O procurador afirmou que a mulher de João Paulo recebeu R$ 50 mil em 4 de setembro de 2003, enquanto a SMP&B foi declarada vencedora da licitação poucos dias depois. "O ponto recorrente é que tudo, absolutamente tudo em relação à quadrilha, era feito de modo enviesado, com dinheiro em espécie", concluiu. O procurador afirmou que João Paulo fez uma doação de R$ 50 mil ao programa Fome Zero com "a caneta Mont Blanc que ganhou de Marcos Valério". Gurgel disse que, para contratar o jornalista Luís Costa Pinto como seu assessor pessoal, João Paulo Cunha simulou a contratação dele pela Câmara. Pinto recebia mensalmente, segundo o procurador, R$ 20 mil. O Instituto Nacional de Criminalística, acrescentou o procurador, não comprovou qualquer tipo de prestação de serviços.
PIZZOLATO E A VISANET - O procurador deteve-se, ainda, no caso do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. "Ele desviou R$ 73 milhões da Visanet", disse Gurgel. Peritos do INC constataram que recursos transferidos pelo fundo de incentivo da Visanet foram transferidos para a agência DNA, de Marcos Valério, sem a prestação comprovada de qualquer serviço. "Foram desviados para a DNA R$ 73,8 milhões", narrou. "O crime consumou-se com o aval de Pizzolato, que assinou pessoalmente três de quatro liberações para serviços que não foram prestados. A DNA emitiu, para receber, notas fiscais frias", completou. "As antecipações não obedeceram a qualquer procedimento a favor da boa aplicação do dinheiro público", acentuou. "O dinheiro que entrou para a DNA foi transferido para o Banco Rural", sublinhou. Era a garantia dos empréstimos fictícios, disse o procurador. "Sem a intervenção direta de Pizzolato, o crime não teria sido consumado". Para Gurgel, Pizzolato se valeu de posição para obter vantagens.
Acompanhe o segundo dia do julgamento ao vivo pela TV Justiça: http://www.tvjustica.jus.br/assista_online.php
Abaixo, noticiário anterior de 247:
247 - Uma sustentação oral dura, com acusações diretas e detalhes sobre o modo de operação do que classificou como "quadrilha". Assim está sendo a apresentação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal, a respeito da Ação Penal 470, o chamado mensalão. Ele apontou o ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu como o líder do esquema, colocando em papel de destaque o ex-presidente do PT José Genoíno. O ex-tesoureiro Delúbio Soares foi classificado como o "elo de ligação" entre o "esquema político e o esquema financeiro", que para ele era chefiado por Marcos Valério. O Banco Rural foi "peça chave", de acordo com o procurador, para empréstimos fictícios, "verdadeiras doações". Ele afirmou que, ao longo de anos, o deputado federal Valdemar Costa Neto recebeu R$ 8,5 milhões. O procurador disse que, no caso da Ação Penal 470, "provas testemunhais são totalmente válidas" para efeito de condenações.
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Abaixo, notícia de 247 sobre a sustentação oral de Roberto Gurgel:
247 – Às 14h25, o presidente Ayres Britto abriu a segunda sessão do STF que julga a Ação Penal 470, o chamado Mensalão. Foi lida a ata anterior, aprovada por unanimidade. Em seguida, a palavra foi concedida ao produrador-geral da República, Roberto Gurgel. Sentado ao lado de Ayres Britto, de frente para o plenário que outra vez está lotado por advogados dos 38 réus, ele fez um certo suspense antes de começar. Iniciou citando Raimundo Faoro (1925-2003), em seu livro "Os Donos do Poder". Falou, em seguida, sobre a resistência da "confusão entre negócios públicos e privados". Uma senha sobre a força da peça acusatória que está começando a ler. A sessão começou às 14h25. "Maculou-se a República", disse o procurador-geral.
Acompanhe o segundo dia do julgamento ao vivo pela TV Justiça: http://www.tvjustica.jus.br/assista_online.php
"Esboçado o pano de fundo, vamos ao caso", disse Gurgel. Ele sustentou que há "robustez" na prova colhida, enfrentando a tese da defesa de que não haveria provas sobre o chamado "mensalão". O procurador-geral buscou notícias do Jornal do Brasil, de Luiz Antônio Carneiro, e, em seguida, de Carlos Chagas, sobre os primórdios do caso que se tornou a Ação Penal 470. Citando Chagas, ele narrou texto em que Chagas afirmou que "há algum temo a capital mineira se tornou caixa central do PT". Foi uma referência a operações do publicitário Marcos Valério, a pedido, segundo o texto, de José Dirceu e José Genoíno.
Gurgel afirmou, com certa ironia, que cinco horas é muito para quem fala e também para quem ouve, mas insuficiente para tratar de todos "os delitos". Dizendo que "tudo teve início em 2002", disse o procurador, afirmando que o financiamento ilegal ao PT começou ainda no segundo turno da eleição presidencial, naquela ocasiao entre Lula e José Serra, do PSDB. Antes, dissera que a Ação Penal 470 configura "o mais escandaloso e atreviso caso de corrupção flagrado no País".
DIRCEU COMO PROTAGONISTA - "A coincidência de interesses entre José Dirceu e Marcos Valério produziu resultados imediatos", afirmou Gurgel, ligando a maioria dos réus a uma "associação estável e permanente, praticando crimes contra o sistema financeiro nacional e a fé pública". "José Dirceu era, efetivamente, o líder do grupo", completou. "José Dirceu foi o grande protagonista", continuou.
O procurador centrou a primeira parte de sua exposição sobre Dirceu. "Tudo passava por ele", disse Gurgel, citando declarações constantes nos autos do processo. Afirmou que José Dirceu combinou com executivos da Portugal Telecom o recebimento de US$ 8 milhões, para serem divididos entre o PT e o PTB. "Foi o que declarou Marcos Valério em juízo", lembrou o procurador.
No momento seguinte, o procurador tratou das ligações entre Dirceu e os bancos BMG, Rural e Espírito Santo. "Tanto é verdade, que a própria Kátia Rabelo reconheceu que as reuniões (com o banco Rural) só aconteceram porque seu banco financiou o projeto do acusado", disse. "Dirceu sabia que a base do governo se formava a custo de pagamentos indevidos", arrematou. O núcleo político era integrado também por José Genoíno, Delúbio Soares e Silvio Pereira, prosseguiu Gurgel, dediando-se, a partir desse momento, a mostrar sua visão sobre o papel de Genoíno na Ação Penal. "Houve um acordo de cooperação financeira entre os dois partidos", citou Gurgel, referindo-se a depoimento nos autos do deputado Pedro Henri, do PTB. "Folhas 1.703", detalhou.
R$ 8,5 MILHÕES PARA VALDEMAR -O procurador fez citações de reuniões políticas, com acordos financeiros, que teriam ocorrido no Palácio do Planalto. "Mais uma vez as paredes eram as do Palácio do Planalto", improvisou Gurgel. O procurador afirmou que o deputado Valdemar da Costa Neto, ao longo de anos, recebeu do esquema R$ 8,5 milhões. "Jose Genoíno, na condição de presidente do PT, atuou para obter os recursos necessários para os acordos políticos serem firmados", afirmou, lembrando relatório do Banco Central de que empréstimos "fictícios" eram feitos sob garantias pessoais de Genoíno e Delúbio Soares.
Às 15h26, o procurador avisou que iria se dedicar ao que considerou ser o papel do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. "A ação de Delúbio Soares como integrante do grupo criminoso não se limitou a fazer pagamentos, mas ele também se beneficiou de quantias: R$ 550 mil", afirmou Gurgel. "O primeiro benefício dele foi de R$ 100 mil". E arrematou: "Delúbio não hesitou em locupletar-se". Segundo o procurador, "Delúbio era o elo politico entre o esquema político, de Dirceu e Genoíno, e financeiro, de Valério".
MARCOS VALÉRIO GANHA FORÇA - "Falemos agora do núcleo operacional", iniciou. "Não há dúvida que José Dirceu imaginou a forma criminosa do esquema, mas Marcos Valéria foi o líder financeiro e operacional da quadrilha", afirmou Gurgel. "Efetuados os acordos com os partidos políticos e os parlamentares, cabia a Delubio transmitir a Valério os valores e os nomes a serem transferidos aos beneficiários", elencou. "A entrega de dinheiro era feita em agências bancárias e em quartos de hotel", completou. "Marcos Valério foi ganhando poder dentro do grupo".
Saques em agências, com o apoio de policiais, como seguranças, foram feitos rotineiramente, disse o procurador. "Nuna os meios normais do sistema financeiro brasileiro foram utilizados pela quadrilha", disse. "Alguns impuseram o uso de carros fortes", continuou. Ele calcula, com base em depoimentos de ex-funcionárias do Banco Rural, que ocorreram saques diversos de R$ 200 mil a R$ 300 mil. "Numa ocasião, em carro forte, naturalmente, foram levados R$ 650 mil à sede da SMP&B, de Marcos Valéria, no edifício da Confederação Nacional do Comércio", narrou.
"BANCO RURAL ERA PEÇA CHAVE NO ESQUEMA" - O procurador citou o Banco Rural, a banqueira Kátia Rabelo e seus principais executivos como o núcleo do "esquema financeiro". "Os empréstimos simulados foram autênticas doações do Banco Rural, nem as empresas de Marcos Valério, nem o PT, nem nenhum dos envolvidos deu garantias pelo menos razoáveis aos empréstimos concedidos pelo Banco Rural", disse Gurgel. "Na verdade, o banco não tinha pretensão de receber os empréstimos, nem os tomadores de pagar", anunciou. "O Rural tinha interesse na liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco e por isso aceitava pagar esses valores", prosseguiu. Ele citou depoimento de Kátia Rabelo à CPI do Mensalão no qual ela admitia que os pleitos do Banco Rural dependeriam de soluções políticos. "Marcos Valério foi um facilitador", disse ela na ocasião, citando uma reunião agendada pela publicitário com o então chefe do Gabinete Civil. "Como se vê, José Dirceu está em todas", divertiu-se o procurador. Acrescentou, considerando estranho, o fato de Marcos Valério ter realizado oito reuniões no Banco Central, a respeito da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco.
PARLAMENTARES RECEBERAM DEPOIS DE VOTAÇÕES - O procurador-geral citou uma série de votações no Congresso, entre as quais a lei de falências, a reforma da previdência, a PEC paralela e a reforma política como momentos em que foram feitos saques vultuosos em agências do Banco Rural para o pagamento a parlamentares. "No PP, os deputados José Janene, já falecido, Pedro Corrêa e Pedro Henri receberam mais de R$ 2 milhões de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soaers para votarem materias de interesse do governo", disse. João Claudio Genú, em nome deles, recebeu em 20 de janeiro de 2004, R$ 200 mil, pela votação da Reforma Tributária. "Ele era o homem de confiança dos três deputados", disse.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

VAMOS FICAR ACOMPANHANDO!

VAMOS FICAR ACOMPANHANDO! 

DE OLHO NA JUSTIÇA! COMPARTILHEM

.....
O JULGAMENTO DO MENSALÃO COMEÇA AS 14 

HORAS

TRANSMITIDO PELA TV JUSTIÇA.

ASSISTA AOS TRÊS VÍDEOS EM ANEXO
Depois da confissão do Lula, e do depoimento da ex-mulher de deputado todos em vídeos anexos que argumentos existirão para desculpar a camarilha que assaltou os cofres públicos brasileiros?
Não poderão alegar FALTA de chance do direito de defesa após sete anos de prazo para tal. 
Qualquer decisão por absolvição dos principais réus será a desmoralização da mais alta corte brasileira.


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Um tiro na nuca da nação



Guilherme Fiuza

Carlinhos Cachoeira disse que vai à CPI quando quiser, porque a CPI é dele. Quase simultaneamente, um dos agentes federais que o investigaram é executado num cemitério, enquanto visitava o túmulo dos pais. Al Pacino e Marlon Brando não precisam entrar em cena para o país entender que há uma gangue atentando contra o Estado brasileiro. Em qualquer lugar supostamente civilizado, os dois tiros profissionais na nuca e na têmpora do policial Wilton Tapajós poriam sob suspeita, imediatamente, os investigados pela Operação Monte Carlo - alvos do agente assassinado. Mas no Brasil progressista é diferente.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se pronunciou sobre o crime. Declarou que "é leviano" fazer qualquer ligação entre a execução do policial federal e a operação da qual ele fazia parte. E mais não disse. Tapajós foi enterrado no lugar onde foi morto. Se fosse filme de máfia, iam dizer que esses roteiristas exageram. No enterro, alguém de bom-senso poderia ter soprado ao ouvido do ministro: dizer que é leviano suspeitar dos investigados pela vítima, excelência, é uma leviandade.
Mas ninguém fez isso, e nem poderia. O ministro da Justiça não foi ao enterro. Wilton Tapajós era subordinado ao seu ministério, atuava na principal investigação da Polícia Federal e foi executado em plena capital da República, mas José Eduardo Cardozo devia estar com a agenda cheia. (Talvez seja mais fácil desvendar o crime do que a agenda do ministro.) Por outro lado, o advogado de Cachoeira, investigado pelo agente assassinado, é antecessor de Cardozo no cargo de xerife do governo popular. Seria leviano contrariar o companheiro Thomaz Bastos.
Assim como o consultor Fernando Pimentel (ministro vegetativo do Desenvolvimento) e Fernando Haddad (o príncipe do Enem), Cardozo é militante político de Dilma Rousseff e ministro nas horas vagas. O projeto de permanência petista no poder é a prioridade de todos eles, daí os resultados nulos de suas pastas. Cardozo anunciara que ia se aposentar da política, e em seguida virou ministro. Lançou então seu ambicioso plano de espalhar UPPs pelo país e se aposentou (da função de cumpri-lo). Deixou de lado o abacaxi do plano nacional de segurança, que não dá voto a ninguém, e foi fazer política, que ninguém é de ferro. Para bater boca com a oposição e acusá-la de politizar a operação da PF, por exemplo, o ministro não se sente leviano.
Carlinhos Cachoeira era comparsa da Delta, a construtora queridinha do PAC. O bicheiro mandava e desmandava no Dnit, órgão que, além de acobertar as jogadas da Delta, intermediava doações para campanhas políticas, segundo seu ex-diretor Luiz Antonio Pagot. Entre essas campanhas estava a de Dilma Rousseff, da qual Cardozo fazia parte. O policial federal assassinado estava entre os homens que começaram a desmontar o esquema Cachoeira-Delta, e seus tentáculos palacianos. O mínimo que qualquer autoridade responsável deveria dizer é que um caçador da máfia foi eliminado de forma mafiosa. Mas o falante ministro da Justiça preferiu ficar neutro, como se a vítima fosse o sorveteiro da esquina. Haja neutralidade.
Montar golpes contra o Estado brasileiro é, cada vez mais, um crime que compensa. Especialmente se o golpe é montado dentro do próprio Estado, com os padrinhos certos. Exemplo: às vésperas do julgamento do mensalão, um conhecido agente do valerioduto acaba de ser inocentado, candidamente, à luz do dia.
Graças a uma providencial decisão do Tribunal de Contas da União - contrariando parecer técnico anterior do próprio TCU -, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil que permitiu repasses milionários à agência de Marcos Valério, não deve mais nada a ninguém. Os famosos contratos fantasmas de publicidade, que permitiram o escoamento sistemático de dinheiro público para o caixa do PT, acabam de ser, por assim dizer, legalizados. Nesse ritmo, o Brasil ainda descobrirá que Lula tinha razão: o mensalão não existiu (e Marcos Valério se sacrificou por este país).
O melhor de tudo é que uma lavagem de reputação como essa acontece tranquilamente, sem nem uma vaia da arquibancada. No mesmo embalo ético, Delúbio Soares já mandou seu advogado gritar que ele é inocente e jamais subornou ninguém. O máximo que fez foi operar um pouquinho no caixa dois, o que, como já declarou o próprio Lula, todo mundo faz. Nesse clima geral de compreensão e tolerância, o ministro do Supremo Tribunal Federal que passou a vida advogando para o PT já dá sinais de que não vai se declarar impedido de julgar o mensalão. O Brasil progressista há de confiar no seu voto.
Esses ventos indulgentes naturalmente batem na cela de Cachoeira, que se enche de otimismo e fala grosso com a CPI. Se o esquema de Marcos Valério está repleto de inocentes, seria leviano deixar o bicheiro de fora dessa festa.
GUILHERME FIUZA é jornalista.

Não quero deixar de acreditar que os envolvidos nessa vasta corrupção serão inocentados.
Não era para ser somente 38 julgados, Lula ficou de fora porque?