sexta-feira, 22 de julho de 2011

Jatinhos: fetiche de Cabral

Jatinhos: fetiche de Cabral
Foto: DIVULGAÇÃO

GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO AUMENTOU EM 131% OS GASTOS COM ALUGUEL DE JATOS EXECUTIVOS

247 – O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, gosta de andar de jatinho. E não apenas nos que o empresário Eike Batista lhe empresta. Prova disso é o aumento de 131% nos gastos com aluguel de jatos executivos no governo do estado em relação à gestão anterior, de Rosinha Garotinho. Entre 16 de julho de 2007 e 15 de julho deste ano, o governo local repassou R$ 10,25 milhões para a Líder Táxi Aéreo, contratada por meio de licitação pelo governo. No governo anterior, o gasto com a mesma empresa não passou de R$ 4,43 milhões.
Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, a Líder Táxi Aéreo foi contratada por R$ 2,31 milhões e recebeu outros R$ 7,93 milhões em três aditivos. Durante o governo de Rosinha, o contrato inicial era de R$ 606,3 mil, aos quais foram acrescidos seis aditivos num total de R$ 3,82 milhões. O governo justificou o aumento dos valores pelo crescimento no número de contatos entre o estado e o Governo Federal, que aumentou “a frequência e o volume dos deslocamentos a Brasília, São Paulo, Minas Gerais, dentre outros Estados”.
Não bastassem os passeios de jatinho, o governo carioca também se prepara para comprar seu sexto helicóptero. Pudera; segundo o edital de concorrência para a compra da aeronave, “as difíceis condições de tráfego tendem ao agravamento das dificuldades por vias terrestres, sendo muitas vezes impossível de se prever o tempo dispensado para um determinado trajeto”. A nova aeronave, que deve custar no máximo R$ 18,2 milhões, será usada para os deslocamentos de Cabral e do vice-governador Luiz Fernando Pezão.
As aeronaves da Líder e os helicópteros do governo pode ser utilizados pelo governador, seus secretários de Estado e principais assessores. “Transporte aéreo só deve ser utilizado em caso de emergência. Se não, deveria ser usado voo de carreira”, disse ao Estado de S.Paulo o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), autor do levantamento dos gastos.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sindalerj acusa Sérgio Cabral de não cumprir sentença do STF

Pedro do Coutto
Na edição de julho da carta mensal do Sindicato, o presidente da entidade, Emídio Gonzaga, acusa o governador Sérgio Cabral de procrastinar e assim não cumprir sentença definitiva do Supremo Tribunal Federal em relação a recurso dos servidores da Assembleia Legislativa contra ato determinando o corte de vencimentos em maio de 95. O corte arbitrário foi praticado por ele mesmo, Sérgio Cabral, então presidente da Alerj.
A questão – acentua Emídio Gonzaga – vem se arrastando no tempo, tendo o Sindalerj vencido no tribunal de Justiça do estado, no STJ e, finalmente, no Supremo Tribunal Federal, neste caso por unanimidade. A decisão da Corte Suprema foi tomada em 2005. São passados seis anos e o governo RJ ainda não a cumpriu de forma integral.
Em face das protelações, o Sindicato retornou ao Supremo e o STF, há cerca de dois anos, expediu a carta de sentença determinando, como é lógico, o respeito concreto à sua decisão. A presidência, hoje ocupada pelo ministro Cesar Peluzo, não foi  atendida pelo governador.
- Ele, até esta data – ressaltou Gonzaga – não se dignou a enviar à Alerj os recursos indispensáveis. Ao longo do curso da ação, setenta servidores do Legislativo já faleceram. O presidente do Sindalerj identifica também lentidão por parte do Órgão Especial do tribunal de Justiça. Demorou nada menos que seis meses para enviar ao presidente da Alerj, deputado Paulo Melo, a carta de sentença que recebeu do STF. Embora para entregá-la fosse necessário apenas atravessar a rua, distância de menos de cinco minutos a pé, que separa o Palácio da Justiça do Palácio Tiradentes.
Incrível, digo eu. Quando se pensava que a patente da protelação coubesse apenas ao INSS, eis que ela possui raízes também em torno de uma esquina para outra da Avenida Antonio Carlos, no Centro do Rio. Qual a origem da ação judicial? Vamos revelar. Quando o deputado José Nader presidiu a Assembleia, a Consultoria Jurídica da Casa o convenceu de criar um sistema de incorporações em sequência de cargos  comissionados e funções gratificadas. A incorporação existia tanto na legislação federal (lei dos quintos de 1962) e também na estadual. A Consultoria achou que a permanência no posto, a cada quatro anos, geraria mais um adicional relativo ao período. Tal sistema fez extrapolar vencimentos.
Sérgio Cabral poderia ter recorrido contra a segunda e demais incorporações, aceitando a primeira legítima pela lei federal. Mas não. Decidiu abrupta e solitariamente cortar salários consolidados. Como não podia sobrepor-se à lei, evidentemente perdeu em todas as instâncias judiciais, como Emídio Gonzaga destaca. A cada derrota, degrau por degrau, um novo recurso. Fez uma série deles. Todos em vão. Derrotado, decidiu protelar a execução da última sentença, irrecorrível, pois prolatada pelo Supremo tribunal. No Brasil é assim, como alguém disse com propriedade: o passado é previsível.
Sérgio Cabral provavelmente inspirou-se no exemplo do INSS, que luta para pagar o que deve e se omite em cobrar o que lhe devem. O INSS, conforme revelou em seu site o especialista Ricardo Bergamini, é credor de 162 bilhões de reais, a preços de dezembro de 2009. Deste total, 90% são dívidas de empresas. Dez por cento de órgãos públicos federais, estaduais e municipais. Uma vergonha.
Como o INSS não paga, e não pode ser executado, o governo Sérgio Cabral resolveu adotar o mesmo caminho. Vem dando certo, para ele. Mas será sempre assim? Não é provável. Sobretudo no momento em que se encontra vulnerável por uma série de contradições. A princípio, por  não cumprir decisões irreversíveis da Justiça. Emídio Gonzaga tem razão.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Previsões para o governo Dilma



ERA PREVISÍVEL DESDE ANTES DA POSSE QUE A PRESIDENTE ROMPESSE COM SEU CRIADOR. A CAMPANHA JÁ ESTÁ NA RUA, DILMA X LULA. HÁ OUTRAS PREVISÕES SE CONCRETIZANDO

Hugo Studart


É do escritor William Faulkner a observação de que “o passado nunca está morto, nem sequer é passado”. Hannah Arendt, uma das maiores pensadoras do século XX, adorava fazer uso dessa frase de Faulkner para argumentar que o mundo em que vivemos, em qualquer momento, é o mundo do passado. O mundo “consiste nos monumentos e nas relíquias do que os homens fizeram para o bem ou para o mal; os seus fatos são sempre o que se tornou”, escreveu Arendt. “Em outras palavras, é bem verdade que o passado nos assombra; é função do passado assombrar a nós que somos presentes e queremos viver no mundo como ele realmente é, isto é, como se tornou o que é agora”.
Isto posto, venho confessar que estou assombrado com algumas previsões que fiz antes da posse de Dilma, e que estão se concretizando de forma muito mais rápido do que nossa vã imaginação poderia cogitar. Relato a história completa a vocês, prezados leitores. No dia da eleição presidencial do segundo turno, assim que as urnas foram fechadas e as pesquisas de boca-de-urna apontaram a vitória da candidata de Lula, um velho e bom amigo, o jornalista Assis Moreira, correspondente em Genebra do jornal Valor Econômico, telefonou-me.
Queria trocar impressões sobre o que seria o futuro governo Dilma. Conversa entre amigos, sem compromissos. Ele ia instigando, e eu tecendo previsões sobre vários temas. Horas depois, enviei-lhe e-mail registrando os principais pontos da conversa. Respondeu-me que estava ali um excelente artigo, que eu deveria publicar em algum grande jornal. Na hora, fiz pouco caso daquelas previsões. Achei que não valia artigo. Mas resolvi deixá-las registradas. Teci uma abertura e publiquei em meu blog. Sem pretensões. Sem avisar a ninguém. Dias depois, comecei a receber mensagens sobre aquele post. Alguém leu e rebateu. Rápido, aquele texto, como vírus, transformou-se em um dos campeões da internet brasileira entre a eleição e a posse de Dilma. Até hoje, toda vez que acontece um fato novo com o governo Dilma, alguém me escreve dizendo: “bem que você previu”.
A primeira das previsões avisava que, em menos de dois anos, Dilma e Lula romperiam politicamente. Ora, pelos últimos acontecimentos, resta óbvio que eles estão em rota aberta de colisão. A cada oportunidade, Lula avisa a quem interessar possa que ainda não “desencarnou” do governo. A cada oportunidade, Dilma muda peças-chave do governo que Lula montou para ela, buscando impor o próprio estilo de administração. Dias atrás, num ato falho em entrevista coletiva no Mato Grosso, Dilma admitiu que cogita ser candidata à reeleição em 2014.
Ora, ora, não era o que estava combinado com Lula. A combinação, isso é público, é que ela esquentaria a cadeira por quatro anos até que Lula pudesse retornar triunfal na eleição de 2014. Era esse seu papel histórico. Na última semana, Lula entrou em campanha eleitoral explícita e descarada para retornar ao cargo. Enfim, descortina-se desde já, apenas seis meses após a posse, um impasse político entre o criador e a criatura, o embate eleitoral Lula versus Dilma. Várias outras previsões que ousei fazer naquela tarde de Novembro de 2010 já se concretizaram. Outras, se mostraram furadas. Proponho agora uma avaliação do que poderá vir a ser o governo Dilma. Por honestidade intelectual, usarei como metodologia primeiro reproduzir as previsões iniciais. Na sequência, fazer novas previsões. Ratificando ou retificando as primeiras. Eis, abaixo, a as previsões originais:
Novembro de 2010
DILMA SERÁ A GRANDE E VERDADEIRA
MÃE DOS POBRE E PAI DOS RICOS
Getúlio Vargas gostava de se apresentar como “Pai dos Pobres”. A velha UDN, sempre corrosiva, acusava-o de ser também “Mãe dos Ricos”. Nada mais pertinente para aquele que foi, simultaneamente, o pai do populismo e a mãe do desenvolvimentismo brasileiro. Como Getúlio, Lula fez dois governos populistas, distribuindo, à moda de César, pão e circo aos plebeus. E ajudou tanto os banqueiros, os grandes empresários e os muito ricos, que Getúlio, se vivo estivesse, ficaria constrangido de rubor. Mas o crescimento econômico na Era Lula foi absolutamente medíocre. Se as previsões de que Dilma Roussef vai dar continuidade ao lulismo, como promete, tudo leva a crer que venha a ser, como Getúlio e Lula tentaram, a primeira e verdadeira “mãe dos pobres e pai dos ricos”.
Quem conhece bem Dilma Roussef garante que seria uma doida de pedra, caso de camisa de força, um misto de Nero com Stalin, grosseira como o primeiro e totalitária como o segundo. Talvez seja exagero da oposição, talvez… Como um acadêmico, devo evitar usar certos adjetivos fortes. De qualquer forma, relato aos senhores, prezados leitores, que eu a conheci pessoalmente, eu jornalista, ela autoridade do governo Lula. Primeiro como ministra das Minas e Energia, depois como chefe da Casa Civil. Tivemos algumas entrevistas, nas quais só ela respondia e eu pouco perguntava. Fiz parte da regra, não sou exceção. Nossa primeira entrevista começou 1h30 da madrugada e se estendeu até as 3h. Não me lembro de ter conseguido fazer mais do que duas ou três perguntas. Venho acompanhando há oito anos sua trajetória pública, os bastidores das suas aventuras. Tenho o orgulho de ter sido o primeiro jornalista a registrar a decisão de Lula de fazê-la candidata à sua sucessão. O acordo era Dilma governar apenas um mandato, quatro anos, mantendo a cadeira para Lula se candidatar em 2014. Somente uns três meses depois começaram as especulações sobre Dilma candidata. Enfim, conheço Dilma o suficiente para registrar aqui algumas previsões sobre seu futuro governo, caso se confirme nas urnas o que avisam as pesquisas.
ROMPIMENTO COM LULA
Previsões de 2010- Como suas alianças com os aiatolas e com Hugo Chávez foram passos absolutamente idiotas e irreversíveis, Lula perdeu a chance de realizar o sonho de presidir a ONU ou ganhar o Nobel da Paz. Mas não vai se conformar em vestir o pijama, não quer virar um Fernando Henrique. Lula vai querer ficar dando pitaco em tudo. Quanto a Dilma, totalitária em seu DNA, stalinista e prepotente, vai começar a achar que ganhou a eleição pelos seus belos olhos, por sua suposta competência como “mãe do PAC”. Vai querer fazer seu próprio governo. Os dois vão acabar rompendo. No máximo em dois anos, anotem aí.
Previsões de 2011- As previsões de 2010 estão se concretizando muito mais cedo do que o cogitado. Daqui para frente, há dois fatores em jogo. O primeiro e mais importante é a saúde de Dilma. Ela começa o governo fragilizada. Pouco aparece em público e quase não viaja. Em parte por estilo. Mas principalmente por falta de condições físicas. O câncer latente a obriga a certos comedimentos. Podem perguntar para qualquer oncologista. Se ela chegar com saúde ao final do governo, poderá tentar o segundo mandato. O segundo fator é o “simancol” de Lula. Ele não demonstrou qualquer sabedoria no início do governo Dilma. Vaidoso, atingido pela soberba, queria mostrar para Deus e o mundo que continuava mandando e desmandando. Seu comportamento é ofensivo, chega a relegar a atual presidente à reles capacho. Caso Lula venha a ganhar alguma sabedoria e abrir algum espaço honroso para Dilma, as relações entre ambos poderão permanecer boas. Caso contrário, Lula levará Dilma a buscar sua própria identidade. Por enquanto, Lula não tem dado demonstrações de sabedoria. Ao contrário. Exala soberba.

FORMAÇÃO DA PRIMEIRA EQUIPE
Previsões de 2010- Ela deve aceitar que seu governo, numa primeira fase, seja nomeado por Lula e pelos dois “rasputins”, José Dirceu e Antônio Palocci. O PT vai ficar com o núcleo duro, ou seja, as áreas de coordenação política e econômica. Dilma tem poucos quadros pessoais, como Erenice Guerra (finada, foi-se) e Valter Cardeal (agora queimado). Sobrou Maria Luiza Foster, hoje diretora da Petrobrás e alguns raros novos amigos, como o petista José Eduardo Cardoso e José Eduardo Dutra. Quanto aos demais ministérios, a serem loteados com os aliados, o PT vem tentando avançar sobre as áreas onde dá para fazer mais caixa dois. Contudo, a tendência é manter os atuais feudos. Até ai, nenhuma grande novidade. Vamos então às previsões.
Previsões de 2011- Foi exatamente o que aconteceu. Vide exemplo do Ministério dos Transportes, feudo do PR de Valdemar da Costa Neto. Seis meses depois do início do governo, os principais partidos aliados, em especial o PT e o PMDB, continuam lutando para avançar em feudos onde se pode fazer caixa dois. A tal “crise política” tão falada e decantada não passa disso: a fome dos partidos por caixa dois, cujas nomeações Dilma continua tentando represar.
SEGUNDA EQUIPE DE GOVERNO
Previsões de 2010- Em menos de um ano, anotem aí a previsão, os ministros com alguma personalidade, algum caráter ou vergonha na cara, começarão a pipocar do governo em razão de grosserias, humilhações, futricas e maus tratos da mandatária. Nelson Jobim, que tende a ficar na Defesa (assim Dilma não precisa entregar ao PMDB mais um ministério onde dá para fazer caixa), deverá ser dos primeiros. Mas sai ainda em 2011, anotem aí. Esses ministros serão em quase totalidade substituídos por gente de terceira categoria, capachos dispostos a aguentar as explosões emocionais da mandatária em troca de algum interesse inconfessável.
Previsões de 2011- Já está acontecendo isso. Jobim já protagonizou duas crises, dois choques de personalidades fortes. Antônio Palocci e Alfredo Nascimento saíram, mas caíram sozinhos por conta de corrupção descoberta, não em razões de maus tratos da mandatária. Mas ambos foram substituídos por ministros sem luz própria. Gleise Hoffman, apesar de ser política de segunda linha, é senadora eleita por um grande estado, não chega a ser “gente de terceira categoria”. Mas o que dizer do novo ministro dos Transportes, o anônimo e enrolado Paulo Sérgio Passos?
NOVOS AMIGOS
Previsões de 2010- Vai ter um momento que a Dilma vai estar cercada essencialmente de invertebrados e de batedores de carteira. Gente da pior qualidade, capachos despreparados mas com interesses privados claros, como a finada Erenice Guerra. É muito curioso que seu principal consigliere, atual melhor-amigo-de-infancia, seja o suplente de senador Gim Argello, do PTB do DF. Vale à pena acompanhar o governo Dilma pelos passos (e enriquecimento) de Gim.
Previsões de 2011- Vide Paulo Sérgio Passos. O boato da hora é a instauração da amiga Maria Luiza Foster (outra enrolada por conta dos negócios do marido) na presidência da Petrobrás. Mantenho a previsão ipsis literis. A cada queda de ministro, Dilma vai optar por alguém que a imprensa vai definir como “técnico”.
PARALISIA ADMINISTRATIVA
Previsões de 2010- O governo não vai andar, vai ficar todo travado por conta do excesso de centralismo democrático da presidenta. Ela acredita que informação seja poder. Não vai dividir informação com ninguém. Alias, enquanto foi ministra da Casa Civil, o governo só andou porque Lula colocou duas assessoras pessoais e suas equipes para controlar os ministérios pelos bastidores, Miriam Belchior e Clara Ant. Com sua mania de centralizar, controlar e querer saber de tudo, Dilma sempre atrapalhou mais do que ajudou.
Previsões de 2011- O governo Dilma inicia semi-paralisado. A presidente já veio algumas vezes a público declarar que seu governo não está parado, que a Copa do Mundo vai acontecer, que o PAC vai deslanchar, e coisas do tipo. A tendência é que seja assim pelos próximos três anos e meio – um governo em paralisia administrativa por culpa do excesso de centralização da principal mandatária.
RELAÇÃO COM O CONGRESSO
Previsões de 2010- Tende a ser desastrosa. Dilma jamais gostou de negociar. O negócio dela é impor. Os parlamentares eleitos, por sua vez, têm em quase totalidade o DNA clientelista, franciscano, “é dando que se recebe”. Dilma tende a perder a paciência e a tentar passar o trator no Congresso, como registra todos os episódios de sua biografia. Paralisia política, impasses institucionais, talvez até crise de poderes. Ela não deve conseguir aprovar no Congresso nenhuma reforma relevante. O que não aprovar em seis meses, no máximo no primeiro ano de governo, não deve aprovar mais.
Previsões de 2011- Nos primeiros seis meses, a relação com o Congresso foi absolutamente desastrosa. Tende a piorar. Dilma não apresentou até o momento nenhum projeto de reforma estrutural que precise de fato do Congresso. E se não apresentou, não deve apresentar. A tendência é ficar até o final do mandato com pequenas crises de clientelismo pontual, todas relacionadas a feudos e a caixa dois, e nada que tenha a ver com grandes ideias, projetos ou reformas estruturais, como as necessárias reformas da Previdência, Política ou Tributária, temas que não estão na agenda da presidente.
CAIXA DE CAMPANHA
Previsões de 2010- Faço aqui uma previsão tão ousada quanto polômica. Nossa presidente tende a tentar fazer seu próprio caixa de campanha, fora do caixa dois do PT, a fim de ganhar a independência em relação Lula. Ela sonha ter o próprio grupo. Precisa de dinheiro para financiar a política.
Previsões de 2011- Tudo vai depender de Dilma ser (ou não ser) candidata à reeleição, contra Lula. O fato é que ela já começa a mover algumas peças, substituindo pessoas em postos chaves por gente dela. Assim, Palocci que era do Lula (e em nome de Lula negociava diretamente com os grandes empresários), foi substituído por Gleise Hoffmann, cujo marido Paulo Bernardo dialoga bem com Dilma. Alfredo Nascimento, que coordenava o caixa dois para o PR, canalizando parte para o PT, foi substituído pelo “técnico” Passos, cuja nova missão é se reportar diretamente a Dilma.
BRASIL GRANDE
Previsões de 2010- Do lado bom, Dilma vai tentar acelerar um pouco o crescimento econômico. Isso é tão certo quanto o futuro rompimento com Lula. Como Adhemar, Médici e Maluf, ela gosta de obra grande, de usinas hidroelétricas gigantescas, de portos e auto-estradas rasgando a imensidão desse Brasil. Deveria ter sido ministra do governo Médici. Quer ressuscitar o Brasil Grande, mas com um viés de esquerda – ou daquilo que ela chama de esquerda. Confesso que não consigo ver muita diferença no PAC de Dilma com os projetos de Médici e Geisel.
Previsões de 2011- Dilma inicia o governo mostrando-se preocupada somente e tão-somente com grandes obras. Estádios para a copa do mundo, ampliação de aeroportos, hidroelétricas como a de Belo-Monte, Trem-Bala e mega-empreendimentos do tipo, todos eles entre 10 e 50 bilhões de dólares, ou mais. Também está de fato engajada em acelerar o crescimento, oi que é bom.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dominar o jogo não significa nada, e os caras não sabem nem bater penaltis. Carlos Newton Dominar o jogo não significa nada. Lembram-se do capitão Coutinho, que declarou a seleção brasileira “campeã moral” da Copa na Argentina? Mesmo fazendo a sua melhor partida sob o comando de Mano Menezes, dominando o jogo o tempo todo, criando oportunidades de gol e falhando na finalização, o Brasil já era, e nem campeão moral pode ser, já que sai nas quarta-de-final. Mano Menezes que me desculpe, mas fracassou na seleção, onde seu currículo é verdadeiramente pífio, horroroso. Deve pedir para sair. Se for mantido (tudo é possível), agora o time vai viver de amistosos por dois anos, até a Copa das Confederações, a última competição oficial antes da Copa do Mundo de 2014. Nosso único consolo é que a Argentina, nossa grande rival, saiu até antes, vejam a que ponto chegamos. O Paraguai, que se limitou a jogar na defesa à espera de um erro brasileiro, agora espera o vencedor de Chile e Venezuela, que se enfrentam ainda nesta noite. Na verdade, a Copa América foi marcada até aqui pelo equilíbrio, com uma nivelação por baixo impressionante. Se houvesse bolsa de apostas aqui, como existe na Inglaterra, os vencedores iam encher os bolsos, porque os favoritos, incluindo o Uruguai, só deram vexame. Podem proclamar que o Brasil tomou conta do jogo no primeiro tempo, a não ser pelos primeiros minutos, quando os paraguaios ensaiaram uma pressão na saída de bola. Podem dizer que, depois disso, só deu seleção brasileira. E daí? Não há um jogador de ataque realmente, Fred só entrou no final do segundo tempo. num verdadeiro festival de armandinhos, empurrando a bola para o lado. E o Paraguai, espertamente, jogando numa retranca muito bem armada. No primeiro tempo, o Brasil chutou cinco vezes na meta defendida por Villar, o Paraguai acertou apena um chute no gol brasileiro. Olha a gente dominando aí, gente. No segundo tempo, a mesma coisa. O Brasil dava impressão que ia deslanchar. Uma bola chutada por Neymar foi salva quase em cima da linha pela zaga paraguaia. Depois, o Brasil teve pelo menos mais três chances para marcar. Só que Justo Villar salvou o Paraguai, em dois chutes de Pato, e Barreto evitou o gol em cabeçada de Fred, em cima da linha, já no fim do tempo normal. Na prorrogação, a seleção brasileira não tinha pontas nem laterais avançando. Um marasmo só, no engarrafamento do meio do campo. E como quem não faz, geralmente toma, o Brasil ainda sofreu um grande susto, quando Haedo Valdez, aos 13min do segundo tempo da prorrogação, acertou lindo chute de primeira sem chance para Júlio César, que só olhou a bola sair à sua direita. Era a segunda decisão por pênaltis seguidas na Copa América. A dificuldade em fazer gol também permaneceu nas penalidades. Elano, Barreto e Thiago Silva perderam as primeiras cobranças. Somente na quarta tentativa, Estigarribia marcou para o time Guarani. Na sequência, André Santos, bisonhamente, perdeu mais um para o Brasil. Riveros marcou e coube a Fred a última esperança, que ele desperdiçou. O time de Mano é eliminado sem marcar um gol nas penalidades. Que vergonha, meu irmão, quer dizer, meu mano, nem pênaltis esses caras sabem bater penaltis.

Carlos Newton

Dominar o jogo não significa nada. Lembram-se do capitão Coutinho, que declarou a seleção brasileira “campeã moral” da Copa na Argentina? Mesmo fazendo a sua melhor partida sob o comando de Mano Menezes, dominando o jogo o tempo todo, criando oportunidades de gol e falhando na finalização, o Brasil já era, e nem campeão moral pode ser, já que sai nas quarta-de-final.
Mano Menezes que me desculpe, mas fracassou na seleção, onde seu currículo é verdadeiramente pífio, horroroso. Deve pedir para sair. Se for mantido (tudo é possível), agora o time vai viver de amistosos por dois anos, até a Copa das Confederações, a última competição oficial antes da Copa do Mundo de 2014.
Nosso único consolo é que a Argentina, nossa grande rival, saiu até antes, vejam a que ponto chegamos. O Paraguai, que se limitou a jogar na defesa à espera de um erro brasileiro, agora espera o vencedor de Chile e Venezuela, que se enfrentam ainda nesta noite.
Na verdade, a Copa América foi marcada até aqui pelo equilíbrio, com uma nivelação por baixo impressionante. Se houvesse bolsa de apostas aqui, como existe na Inglaterra, os vencedores iam encher os bolsos, porque os favoritos, incluindo o Uruguai, só deram vexame.
Podem proclamar que o Brasil tomou conta do jogo no primeiro tempo, a não ser pelos primeiros minutos, quando os paraguaios ensaiaram uma pressão na saída de bola. Podem dizer que, depois disso, só deu seleção brasileira. E daí?
Não há um jogador de ataque realmente, Fred só entrou no final do segundo tempo. num verdadeiro festival de armandinhos, empurrando a bola para o lado. E o Paraguai, espertamente, jogando numa retranca muito bem armada. No primeiro tempo, o Brasil chutou cinco vezes na meta defendida por Villar, o Paraguai acertou apena um chute no gol brasileiro.
Olha a gente dominando aí, gente. No segundo tempo, a mesma coisa. O Brasil dava impressão que ia deslanchar. Uma bola chutada por Neymar foi salva quase em cima da linha pela zaga paraguaia. Depois, o Brasil teve pelo menos mais três chances para marcar. Só que Justo Villar salvou o Paraguai, em dois chutes de Pato, e Barreto evitou o gol em cabeçada de Fred, em cima da linha, já no fim do tempo normal.
Na prorrogação, a seleção brasileira não tinha pontas nem laterais avançando. Um marasmo só, no engarrafamento do meio do campo. E como quem não faz, geralmente toma, o Brasil ainda sofreu um grande susto, quando Haedo Valdez, aos 13min do segundo tempo da prorrogação, acertou lindo chute de primeira sem chance para Júlio César, que só olhou a bola sair à sua direita.
Era a segunda decisão por pênaltis seguidas na Copa América. A dificuldade em fazer gol também permaneceu nas penalidades. Elano, Barreto e Thiago Silva perderam as primeiras cobranças. Somente na quarta tentativa, Estigarribia marcou para o time Guarani. Na sequência, André Santos, bisonhamente, perdeu mais um para o Brasil. Riveros marcou e coube a Fred a última esperança, que ele desperdiçou. O time de Mano é eliminado sem marcar um gol nas penalidades. Que vergonha, meu irmão, quer dizer, meu mano, nem pênaltis esses caras sabem bater.

domingo, 17 de julho de 2011

Brasil perdeu R$ 3 bilhões com negócios do BNDES

Brasil perdeu R$ 3 bilhões com negócios do BNDES
Foto: HÉLVIO ROMERO/AGÊNCIA ESTADO
LEVANTAMENTO FEITO POR ESPECIALISTAS, A PEDIDO DO JORNAL O GLOBO, APONTA PREJUÍZO EM GRANDES OPERAÇÕES DO BANCO ESTATAL, COMANDADO POR LUCIANO COUTINHO; ENTRE OS FAVORECIDOS, ATÉ EIKE BATISTA, HOMEM MAIS RICO DO BRASIL

247 - A malfadada operação entre o Pão de Açúcar e o Carrefour, que teria apoio de R$ 4 bilhões do BNDES, produziu um efeito colateral positivo. Fez com que a sociedade ficasse mais atenta às operações conduzidas pelo banco estatal, comandado pelo economista Luciano Coutinho. Neste domingo, uma reportagem especial, publicada pelo jornal O Globo, aponta que o banco pode ter perdido R$ 3 bilhões em operações de apoio a grandes grupos nacionais. Leia:
"RIO - Contestadas por especialistas, seis das maiores operações realizadas nos últimos anos pela BNDESPar, braço de participações do banco, dão pistas de que podem não ter sido exatamente um bom negócio. São operações que envolvem desde a polêmica capitalização da Petrobras, passando pela internacionalização de frigoríficos brasileiros, até a compra de ações de empresa do bilionário Eike Batista, um dos homens mais ricos do mundo. Levantamento do GLOBO mostra que as operações acumulam uma "perda" de R$ 3,04 bilhões em valor de mercado, considerando o montante injetado pelo banco para comprar participação societária nessas companhias a partir de 2007 em comparação ao atual valor das ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A "perda", claro, é contábil, não se consolidou porque a BNDESPar não se desfez dos papéis.
Maior perda da carteira, o valor investido na compra de ações da Petrobras em setembro passado, quando ocorreu a megaoferta pública, encolheu em R$ 2,37 bilhões. O braço de participações do BNDES aplicou R$ 22,41 bilhões na empresa, numa operação bombardeada por especialistas. Desde então, os papéis preferenciais (PN) da Petrobras recuam 9,76% e as ordinárias (ON, com voto) caem 11,94%.
Para bancar a compra de ações da Petrobras, o BNDES, que tem como fonte de recursos o FAT e o Tesouro, transferiu R$ 15 bilhões para a BNDESPar.
- O governo usou riquezas do Brasil para aumentar sua participação numa empresa estatal que tem acionistas privados. É preciso se indagar se essa seria a destinação de recursos que o país precisa - avalia Mansueto de Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Duas das seis grandes operações realizadas pela BNDESPar nos últimos anos foram orientadas para internacionalizar frigoríficos brasileiros, a Marfrig e o JBS. O banco gastou R$ 715,65 milhões e R$ 1,136 bilhão, respectivamente, na compra de ações das empresas para apoiar investidas das companhias no exterior. Essas operações registram perdas de R$ 201,4 milhões, caso da Marfrig, e de R$ 377,9 milhões, no do JBS. Os resultados não consideram dividendos."
De acordo com o jornal O Globo, o mesmo ocorreu na aquisição de papéis de empresas ligadas ao grupo EBX, de Eike Batista. Leia, abaixo, reportagem do 247, no auge das negociações entre o Pão de Açúcar e o Carrefour.
247 - O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, não tinha ideia da encrenca em que estava se metendo ao aprovar um empréstimo de R$ 4 bilhões para que o empresário Abilio Diniz, dono do Pão de Açúcar, quebrasse um acordo com seu sócio Casino e fizesse uma oferta de compra pelo Carrefour. Diante da praticamente unânime reação negativa, o banco começou a mudar seu discurso. Um dia depois de defender a internacionalização das empresas brasileiras, o BNDES declarou hoje em nota que a operação envolvendo Pão de Açúcar, Carrefour e Casino, enquadrada pela instituição, não se trata de uma oferta de caráter hostil e ressaltou que confia em um entendimento entre as partes envolvidas.
Só que esse entendimento é, a cada dia, mais improvável. Os dois lados, Casino e Pão de Açúcar, já contrataram até criminalistas para tratar do assunto: José Carlos Dias, de um lado, e Marcio Thomaz Bastos, de outro. Além disso, a disputa já caminha para cortes internacionais de arbitragem. Isso porque o Pão de Açúcar, na prática, está quebrando um contrato com seu sócio Casino, que assumiria o controle do grupo em 2012, ao fazer a oferta pelo Carrefour.
Segundo o BNDES, a operação de renda variável, caso aprovada após "rigorosa" análise técnica e financeira, se dará por meio de instrumentos de mercado com expectativa de retorno atrativo para o banco. Na avaliação da instituição, a associação entre Pão de Açúcar e Carrefour trará benefício para todos os envolvidos.
Na nota, o banco reiterou seu compromisso com a "estrita" observância das leis e dos contratos, baseado em "rigorosos" princípios de ética nos negócios e afirmou que "de nenhuma forma compactua com expedientes que os contrariem".
Se isso é verdade, o empréstimo não ocorrerá, uma vez que a operação contraria os acordos de acionistas do grupo Pão de Açúcar.

sábado, 16 de julho de 2011

Novo escândalo agita Ministério dos Transportes

Novo escândalo agita Ministério dos Transportes
Foto: AGÊNCIA BRASIL

PAULO SÉRGIO PASSOS (ESQ.), O TÉCNICO NOMEADO POR DILMA, TAMBÉM PRIVILEGIAVA EMPREITEIRAS QUE DOAVAM PARA O PR; EX-DIRETOR DO DNIT, JORGE HENRIQUE SADOK DE SÁ (CENTRO.) QUASE SAIU ALGEMADO DO CARGO. E LUIZ PAGOT (DIR.) AINDA ASSUSTA

247 – Engana-se quem acredita que a crise no Ministério dos Transportes foi debelada com a demissão de Alfredo Nascimento e a posse de Paulo Sérgio Passos – um “técnico” escolhido diretamente pela presidente Dilma Rousseff. Reportagem publicada na revista Istoé desta semana revela que Passos fazia um jogo idêntico ao de todos que já sentaram na cadeira de ministro dos Transportes: o de usar o cargo em benefício de uma legenda partidária – no caso, o PR, do mensaleiro Valdemar Costa Neto.
Numa reportagem assinada por Claudio Dantas Sequeira e Lúcio Vaz, informa-se que, enquanto foi interino dos Transportes, no final do governo Lula, Passos liberou R$ 78 milhões em créditos suplementares para três grandes obras. De acordo com Istoé, “os empreendimentos constavam da lista de irregularidades graves do Tribunal de Contas da União, que identificou pagamentos antecipados, ausência de projeto executivo, fiscalização omissa e, é claro, superfaturamento”.
Leia, abaixo, um trecho da reportagem:
“Em vez de optar pela prudência, o ministro interino assumiu o risco de autorizar os repasses contra todas as determinações do órgão de controle. O caso poderia se resumir a um mero problema de gestão, mas, conforme apurou ISTOÉ, várias das empreiteiras beneficiadas pelos aportes extraordinários doaram milhões a candidatos do próprio PR durante a campanha eleitoral.
A campeã em doações foi a construtora Sanches Tripoloni, que repassou nada menos que R$ 2,5 milhões para o partido que controla os Transportes. Desse total, R$ 500 mil caíram diretamente na conta do comitê de Blairo Maggi, eleito senador por Mato Grosso e cotado para a pasta. Maggi foi beneficiado duplamente, pois Sinval Barbosa (PMDB), seu candidato ao governo de Mato Grosso, recebeu da mesma empreiteira mais R$ 1,2 milhão. As novas suspeitas de uso da máquina pública em benefício do Partido da República podem complicar a vida do recém-nomeado ministro. Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), os fartos indícios de corrupção e uso da máquina reforçam a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. “Essa conduta do Sérgio Passos é temerária, caracteriza o uso político-partidário dos Transportes”, afirma Rodrigues.
O PR também foi agraciado com a generosidade das construtoras Egesa e CMT Engenharia, parceiras da Tripoloni no consórcio responsável pela implantação e pavimentação da BR-265, em um trecho entre as divisas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Nessa obra o TCU identificou sobrepreço, problemas fundiários e de segurança. Mesmo com recomendação de paralisação, Passos liberou R$ 40 milhões, a maior parte do crédito extraordinário. Meses depois, a Egesa Engenharia S/A, sozinha, doou R$ 850 mil para oito candidatos do partido. O deputado federal Aracely de Paula (MG) recebeu R$ 200 mil, Sandro Mabel (GO) levou R$ 100 mil, assim como José Henrique de Oliveira (AM) e Aelton José de Freitas (MG). O ex-líder do PR, Luciano Castro (RR), outro nome que chegou a ser cotado para substituir Alfredo Nascimento, recebeu R$ 50 mil da Egesa e mais R$ 200 mil da CMT Engenharia.
Já o consórcio das empreiteiras Carioca Engenharia, Serveng e SA Paulista, que recebeu R$ 20 milhões em créditos extras para a ampliação e reforma da BR-101 em um trecho na região metropolitana do Rio, repassou oficialmente para as contas do PR outros R$ 800 mil. Desse valor, R$ 400 mil saíram da Serveng diretamente para a campanha de reeleição do senador Magno Malta (ES), que tem o irmão Maurício Pereira Malta acomodado no quarto andar do Dnit na assessoria parlamentar. A construtora SA Paulista injetou mais R$ 100 mil no comitê eleitoral de Malta. O deputado federal Edson Giroto, outro nome cotado para os Transportes, também recebeu R$ 100 mil da Serveng.”
CPI no Congresso
O senador Randolfe Rodrigues afirma que já tem 23 assinaturas para a abertura da CPI no Senado, e só precisa de mais quatro para viabilizá-la. “A CPI não deve se limitar à questão do ex-ministro. Temos que investigar o funcionamento, toda a engrenagem dessa caixa-preta em que se transformou o Ministério dos Transportes”, disse à revista ISTOÉ.
Em meio a esse turbilhão, o jornalista Claudio Humberto, um dos colunistas mais bem informados de Brasília também informa que a presidente Dilma Rousseff cogitou acionar a Polícia Federal para que o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) saísse algemado do cargo. Dilma teria ficado indignada ao saber que Sadok liberou R$ 18 milhões para a construtora de sua própria esposa, Ana Paula Batista Araújo. E só não acionou a PF porque foi contida pela turma do “deixa disso”.
Para completar, há ainda o fantasma de Luiz Antônio Pagot, chefe do Dnit, que continua assombrando Brasília. Oficialmente, ele está em férias. Mas ninguém confirma se ele voltará ou não a tomar posse no cargo. Pagot, indicado por Blairo Maggi, era o principal operador do Ministério.



15/7/2011 17:52:22 - INSS ignora decisões da Justiça e superlota Juizados de ações 
Estudo realizado pelos Juizados Especiais Federais das cinco regiões revela que o INSS – campeão de processos na Justiça – ignora decisões já pacificadas pelos tribunais, inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF), e mantém a tramitação de processos, superlotando os Juizados.

 Estudo realizado pelos Juizados Especiais Federais das cinco regiões revela que o INSS – campeão de processos na Justiça – ignora decisões já pacificadas pelos tribunais, inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF), e mantém a tramitação de processos, superlotando os Juizados. Durante videoconferência feita pelo CNJ,  representantes dos juizados criticaram a repetição de processos e recursos ajuizados pela autarquia, que contestam direitos já garantidos pelo Judiciário. O CNJ prometeu cobrar do INSS o atendimento administrativo de direitos já assegurados. O objetivo do Conselho de Justiça é criar uma cultura de conciliação nas ações previdenciárias. 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Atenção aposentados



13/7/2011 18:02:41 - Previdência vai corrigir mais de 130 mil aposentadorias e pensões
Em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Previdência Social vai revisar os benefícios de 131.161 segurados, como aposentados e pensionistas.

Em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Previdência Social vai revisar os benefícios de 131.161 segurados, como aposentados e pensionistas. Em setembro do ano passado, o Supremo determinou que o governo revisasse os benefícios concedidos no período de 5 de abril de 1991 a 1º de janeiro de 2004, que foram limitados ao teto previdenciário da época em que o trabalhador aposentou-se. Nesse período, quem tinha direito a receber mais do que o teto teve o benefício reduzido para se enquadrar no limite legal. Essa diferença acabou não sendo incorporada posteriormente. A decisão judicial de incorporar a diferença foi publicada no início deste ano.
A partir da folha de agosto, paga no início de setembro, 117.135 pessoas já começarão a receber as diferenças mensalmente. Segundo o ministro Garibaldi Alves, o segurado não precisa procurar a Previdência para solicitar a revisão, que será automática. “O aposentado receberá essa revisão sem precisar tomar nenhuma iniciativa”, garantiu. O impacto da revisão para os cofres da Previdência Social será de R$ 28 milhões por mês.Quanto ao pagamento do retroativo, que soma R$ 1,69 bilhão, a Previdência ainda não sabe como irá proceder. Técnicos da pasta reuniram-se ontem com o Ministério da Fazenda e com a Advocacia-Geral da União (AGU) para definir como será feito o pagamento do passivo acumulado ao longo de todos esses anos. Uma das ideias é parcelar os atrasados, que tem valor médio de R$ 11,5 mil por segurado.“Dependemos agora de uma decisão da equipe econômica”, disse o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Luciano Hauschild.

Região Serrana do Rio terá mais ajuda federal

Região Serrana do Rio terá mais ajuda federal
Foto: DIVULGAÇÃO

MINISTÉRIO DA SAÚDE LIBERA R$ 2,8 MI PARA CONSTRUÇÃO DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

A região Serrana do Rio de Janeiro será beneficiada com R$ 2,8 milhões que foram autorizados hoje pelo Ministério da Saúde. A verba será destinada a construção de nove Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos municípios de Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Teresópolis e Areal.
Foram destinados a Bom Jardim R$ 733 mil, a Nova Friburgo R$ 533 mil, a Petrópolis R$ 200 mil, a São José do Vale do Rio Preto R$ 400 mil, a Sumidouro R$ 200 mil, a Teresópolis R$ 600 mil e para Areal R$ 200 mil.
O tamanho da UBS e o número de Equipes de Saúde da Família (ESF) em cada unidade é que vão determinar o valor a ser destinado, explicou o Ministério da Saúde. Os recursos variam de R$ 200 mil a R$ 733 mil e serão transferidos diretamente do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual do Rio.
Em Bom Jardim e São José do Vale do Rio Preto, estão previstas a construção de duas UBS. Os cinco demais municípios - Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro, Teresópolis e Areal - serão beneficiados com a construção de uma UBS. A Região Serrana do Rio foi castigada por fortes chuvas no início deste ano.