segunda-feira, 20 de junho de 2011

PROCURADOR CRITICA FACILITAÇÃO

Depois da mancada no parecer sobre o caso do enriquecimento do ministro Antonio Palocci via tráfico de influência, o procurador-geral da República Roberto Gurgel saiu desesperadamente atrás de tentar a recuperação de sua imagem emporcalhada. E afirmou que é “absurda, escandalosamente absurda” a medida provisória aprovada na Câmara na noite de quarta-feira, que prevê a manutenção em segredo de orçamentos feitos por órgãos federais estaduais e municipais para obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.
Não há dúvida de que, desta vez, o procurador está cheio de razão, embora não existe alvejante capaz de limpar sua biografia. “A serem procedentes as matérias, essa Medida Provisória é uma coisa, para pouco dizer, absurda, escandalosamente absurda. Você não pode ter despesa pública protegida por sigilo”, afirmou Gurgel, indagando: “Como é que a sociedade pode ser privada do acesso a informações relacionadas a despesa pública?”
Mas por que o Governo quer manter em sigilo orçamentos da Copa de 2014? A justificativa é de que ” estas obras estão muito atrasadas e o governo busca, então, meios de se contornar esses problemas”, disse Gurgel. “Quer dizer, a simplificação é de tal monta que acaba inviabilizando em alguns aspectos o procedimento licitatório que é uma exigência.”
Por fim, o procurador-geral avalia que eventos deste tamanho impõem que os cuidados sejam redobrados. “Exatamente por ser um chamado megaevento, as despesas também são megadespesas, e por isso impõe-se que os cuidados com esses gastos sejam ainda maiores”, finalizou.

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