Foto: AGÊNCIA ESTADO
“USO DESRESPEITOSO DA IMAGEM DOS SANTOS POPULARES OFENDE OS PRÓPRIOS SANTOS E OS SENTIMENTOS RELIGIOSOS DO POVO”, ATACA ARCEBISPO DE SÃO PAULO; “NEM SANTO TE PROTEGE”, DIZ PROPAGANDA OFICIAL DA PREFEITURA QUE DEFENDEU USO DE CAMISINHA; ORGANIZADORES CALCULAM 4 MILHÕES DE PARTICIPANTES
247 – A AIDS voltou a avançar entre o público homossexual. E uma das formas encontradas pela Prefeitura de São Paulo, organizadora da 15ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis) para barrar esse avanço foi a de mesclar sexo e religião. Em grandes cartazes pendurados a postes ao longo do trajeto do evento, entre a avenida Paulista e a praça Roosevelt, imagens nitidamente católicas foram transformadas em peças gays. Sob o slogan Nem Santo Te Protege e, abaixo, Use Camisinha, fotos de rapazes com postura gay foram inseridas em poses tradicionais de santos da igreja católica. A publicidade promete causar bastante polêmica. Os organizadores calcularam 4 milhões o número de participantes.
“É preciso chamar atenção”, justifica a educadora Márcia de Lima, da secretaria municipal de Saúde. “Muitos acreditam na sua própria invulnerabilidade, e esse é o maior erro”, diz. Ela admite que as estatísticas apontam o recrudescimento da AIDS entre o público gay. Ao longo da 15ª Parada Gay, o governo municipal distribuiu 1,5 milhão de camisinhas entre os participantes.
"O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares ofende os próprios santos e os sentimentos religiosos do povo", criticou o arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer.
A Parada começou oficialmente por volta das 13h30. A organização projeta a participação de 3 milhões de pessoas. O evento começou com uma valsa coletiva em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) para comemorar os 15 anos do evento. A chuva que caiu sobre a Avenida Paulista por cerca de 20 minutos no início da tarde não desanimou o público. Os trios elétricos começaram a tocar por volta das 13h40.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP); o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ); a cantora e atriz Preta Gil e a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, fizeram discursos contra a homofobia e comemoraram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer as uniões homoafetivas como entidades familiares.
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