terça-feira, 30 de agosto de 2011

Voos do casal 20 seguem para o Conselho de Ética

Voos do casal 20 seguem para o Conselho de Ética Foto: DIVULGAÇÃO

Uso de avião da empreiteira Sanches Tripoloni será levado nesta terça-feira à comissão de ética pública da presidência; casal 20 continua sob pressão e já se fala em Franklin Martins como possível substituto do ministro Paulo Bernardo

30 de Agosto de 2011 às 07:47
247 – A palavra “faxina” continua proibida no Palácio do Planalto, mas as turbulências na Esplanada dos Ministérios ainda não foram superadas. Nesta terça-feira, às 11h30, o PPS irá protocolar na Comissão de Ética da Presidência da República ofício com pedido para que o colegiado se pronuncie sobre a conduta do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Ele é alvo de denúncias envolvendo o suposto uso de aeronaves que pertencem a empresários, possivelmente beneficiados em negócios realizados com a Administração Pública, segundo informa o colunista paranaense Fabio Campana. Bernardo pode ter voado no jatinho da empreiteira Sanches Tripoloni, que realizou obras em Maringá, reduto eleitoral de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, com recursos do Dnit – 0 ministro diz não se lembrar se voou ou não no King Air da empreiteira.
O documento, que é assinado pelo vice-líder da Minoria, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), tem como destinatário o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence. O objetivo é questionar o colegiado para que este responda se Bernardo infringiu o Código de Conduta da Alta Administração Federal.
O PPS observa que o artigo 7° do Código diz que: “A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade”.
Especulações em Brasília
Se dependesse da presidente Dilma, a “faxina” já teria sido encerrada há muito tempo. Mas, caso não cessem as pressões contra Paulo Bernardo, comenta-se que ela teria um ás na manga. O possível substituto seria o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins.
Pode ser fato ou apenas uma forma de arrefecer a onda de denúncias. Franklin é defensor da regulamentação dos meios de comunicação – o que no PT se chama de Ley de Medios, a exemplo do que se fez na Argentina – e seu nome pode fazer com que os adversários de Paulo Bernardo pensem da seguinte forma: ruim com ele, pior sem ele.
Leia, abaixo, reportagens do 247 sobre o uso de aeronaves privadas por Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
247 – O governo Dilma Rousseff se tornou prisioneiro da lógica da “faxina”. E agora, depois de brigar com quase todos os seus aliados, terá que trabalhar duro na Câmara e no Senado para impedir que um de seus ministros mais poderosos, Paulo Bernardo, das Comunicações, tenha que ir ao Congresso explicar por que utilizava o jatinho particular de uma empreiteira beneficiada com recursos do governo: a Sanches Tripoloni, de Maringá, base eleitoral de Bernardo e Gleisi.
A bancada do PSDB no Senado vai pedir nesta semana a convocação do ministro para que ele explique sua relação com a Sanches Tripoloni. Vale lembrar que a carona num jatinho de empresários com interesses no Ministério da Agricultura foi um dos motivos que precipitaram na semana passada a saída de Wagner Rossi do comando do ministério – uma vez que isso contaria o código de ética pública
Em julho, o jornal Folha de S. Paulo revelou que a consultora Teresinha Nerone, amiga de Paulo Bernardo e sua mulher, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, trabalhou para convencer o Ministério dos Transportes a reajustar os valores de uma obra tocada pela Sanches Tripoloni: a construção do anel viário de Maringá (PR).

Nenhum comentário:

Postar um comentário