domingo, 22 de setembro de 2013

Manoel Dias no Trabalho faz Dilma perder votos

Pedro do Coutto
Até o momento em que escrevo este artigo surpreendentemente Manoel Dias, depois da entrevista a O Globo, continua ministro do Trabalho. Nesta semana que está terminando ele desafiou e ameaçou a presidente da República. Incrível. Na edição de quinta-feira da Folha de São Paulo, Natuza Nery e Breno Caldas publicaram reportagem sustentando que o Planalto está aceitando manter Manoel Dias para que o PDT não deixe a coalizão de partidos que apoia o governo. Dilma Rousseff, sustentam Natuza e Breno, estaria empenhada na blindagem de Dias.
Se assim for a presidente estará caindo num equívoco. Sobretudo em relação à sucessão presidencial de 2014. Manoel Dias nada acrescenta ao governo. Ao contrário. Tira votos. Sua presença na pasta contribui para desgastar a imagem do governo, que inclusive se encontra em período de recuperação junto à opini9ão pública, como as pesquisas vêm demonstrando.
Isso de um lado. De outro, ele nada faz de positivo, esteriliza o peso político do Ministério do Trabalho. Foi sufocado por uma onda de fraudes que terminou revelada pela imprensa e acarretou a demissão de alguns de seus principais auxiliares. Só ele não viu os desvios praticados através do repasse ilegal de verbas para ONGS cujos recibos eram notas frias emitidas. O que o Ministério do Trabalho pode fazer de útil e positivo, dentro da lei, não entra em análise. Não se inclui na esfera de uma verdadeira política. E, ainda por cima, não abrange os interesses legítimos dos cem milhões de trabalhadores que formam a mão de obra ativa brasileira.
PEDIDO DE DESCULPAS?
O  líder do PDT na Câmara, André Figueiredo, informou à FSP que o ainda titular do Trabalho pensou até em divulgar pela imprensa um pedido de desculpas à presidente Dilma Rousseff. Seria algo nunca visto na política do país. Um ministro de estado desculpar-se publicamente com a presidente da República. A que níveis nosso cenário político conseguiu descer. Aceita-se a permanência de um ministro inusitado apenas para que o PDT não deixe a base governamental e, nas eleições de 2014, acrescente ao Planalto o tempo que, pela lei, possui na televisão e no rádio. Não importa sua atuação concreta à frente da pasta, não importam as fraudes que não conseguiu impedir, importa o apoio do PDT. Falso apoio, por sinal. Um ministro destrambelhado tira muito mais votos do que acrescenta.
E Dilma Rousseff precisa de votos na disputa pela sua própria sucessão. Há problemas nos três principais colégios eleitorais do país. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em São Paulo, o candidato do PT, Eliseu Padilha, enfrenta uma luta difícil contra o governador Geraldo Alckmim. Em Minas, base maior de Aécio Neves, quem será o candidato do PT? Talvez Fernando Pimentel. NO Rio de Janeiro, a base de Dilma encontra-se dividida entre Lindbergh Farias (PT) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) apoiado por Sérgio Cabral, que se encontra em franco declínio. Existe ainda a candidatura Marcelo Crivella, cuja votação oscila sempre em torno de 20%. E, ainda por último, Anthony Garotinho, de boa penetração nos subúrbios e no norte fluminense. Garotinho apoiará quem p ara presidente da República? Um enigma a mais para 2014.

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